Resposta: O único propósito da Cabala é guiar o homem para seu progresso espiritual e mostrar-lhe como orientar sua direção para o Criador.
Resposta: A Cabala não oferece ajuda àqueles que tentam adaptar as forças espirituais a seus próprios fins. Algumas pessoas têm a expectativa de fazer truques de conjuração, praticar curas ou obter proteção através da Cabala, no lugar de procurarem trabalhar sobre seus próprios íntimos de modo a aprender a doar sem esperar nada em troca. Mas a Cabala não tem nada a ver com esses truques e milagres.
Resposta: A Torah proíbe os adivinhos, magos e mágicos porque eles desanimam o homem de fazer aquilo que ele precisa fazer neste mundo, que é se estruturar e ascender rumo ao nível do Criador. O homem não deve tentar escapar daquilo que o Criador lhe dá, escapar daquilo a que ele está destinado, pois o seu desempenho de uma atividade neste mundo é o próprio processo que o capacita a trabalhar sobre si mesmo, corrigir-se e desenvolver espiritualidade. Se fosse necessário ao homem saber o que é que o próximo momento lhe reserva, ele o saberi8a. O futuro torna-se perceptível para ele somente quando o desejo de conhecê-lo não é mais motivado por motivos egoístas.
Resposta: Aqueles que promovem ciências ocultas têm um conhecimento limitado de Cabala. Eles usam o que eles aprenderam para dar suporte e enriquecer suas próprias teorias. Nós insistimos na necessidade de estudar apenas as fontes primárias, autênticas, como a Torah, o Zohar, os escritos do ARI, Yehuda Ashlag e Baruch Ashlag.
Resposta: Não há conexão alguma entre Cabala e parapsicologia. Os experimentos que o homem conduz nunca o levarão acima dos limites da psicologia convencional.
Resposta: A Cabala não menciona formas de vida em outros lugares, tais como OVNIs e seres de outros mundos. O homem adoraria encontrar outros seres neste universo. Mas a Cabala lida somente com encontrar nosso caminho para o Criador. Além de nós, nós somente podemos encontrar o Criador.
Resposta: A Cabala ensina ao homem como orientar sua intenção na direção do Criador em todos os momentos, apesar do fluxo incessante de pensamentos e desejos que o acometem. A intenção é um receptáculo que capacita o homem a sentir o Criador. Isso não tem nada a ver com meditação.
Resposta: Somente aquele que possua qualidades não terrenas pode julgar o não terreno. Se ele possui ao mesmo tempo, qualidades terrenas, então ele pode ao menos descrever para nós o não terreno. Tal pessoa somente pode ser um Kabbalista – uma pessoa de nosso mundo, criada com as mesmas qualidades que cada um de nós e ao mesmo tempo, dotada pelos céus de outras qualidades que o capacitam a nos contar sobre o que está acontecendo nesse outro mundo.
Resposta: O Criador permitiu a alguns Cabalistas que revelassem seu conhecimento para um extrato da sociedade, de modo a ajudar os outros a que se comunicassem com Ele. Os Cabalistas nos explicam em termos que nós podemos compreender que a estrutura e o funcionamento da mente no mundo espiritual, não terreno, são baseados em leis que são contrárias às nossas.
Resposta: Os Cabalistas sugerem que nós façamos uma transformação interior. Somente esse ato interno capacita o homem a perceber o mundo espiritual e começar a viver em ambos os mundos simultaneamente. Esse ato é chamado “fé acima da razão”.
Resposta: Em nosso mundo nós somos guiados apenas por nossa razão em tudo o que fazemos. Somente a razão, isto é, o cálculo puramente egocêntrico, “razoável”, constitui a base de todos os nossos desejos e atos. Nossa razão calcula a quantidade de prazer que nós experimentamos, compara isso com a quantidade de dor causada pelos esforços feitos para atingir esse prazer, subtrai um do outro e produz o desejo resultante: esforçar-se pelo prazer ou preferir a tranqüilidade. Essa espécie de aproximação “razoável” de nosso ambiente é chamada “fé dentro da razão”, pois é quando a razão determina a fé.
Resposta: Freqüentemente o homem age sem fazer nenhum cálculo do benefício de seu esforço, como por exemplo, uma pessoa fanática, ou condicionada a agir de determinada forma. Tais atos “cegos” são chamados “fé abaixo da razão”, porque eles são determinados pela obediência cega a decisões tomadas por outra pessoa, em vez da razão ou do cálculo. Ou então, o homem age segundo sua educação, que se tornou sua segunda natureza, numa extensão tal, que ele precisa fazer um esforço para evitar agir do modo como foi condicionado, e assim agir automaticamente, por força do hábito. Cada um de nós faz muitas coisas por uma razão similar.
Resposta: A transição do viver de acordo com as leis de nosso mundo, para o viver de acordo com as leis do mundo espiritual, requer que duas condições estejam presentes. Rejeitando completamente os argumentos da razão, o homem se encontra, como estava, despojado das bases para suas ações, carente de qualquer apoio. Como se estivesse suspenso no ar, ele agarra o Criador com ambas as mãos e assim, somente o Criador determinará suas ações. Por assim dizer, o homem substitui sua própria mente pela do Criador; age contrariamente à sua razão, e coloca a vontade do Criador acima da sua própria. É por isso que seu comportamento é chamado “fé acima da razão”. Tendo cumprido isto, o homem começa a perceber a ambos os mundos, o nosso e o espiritual, e descobre que ambos funcionam de acordo com a mesma lei espiritual da “fé acima da razão”.
Resposta: O desejo, por parte do homem, de suprimir sua razão e de ser guiado somente por seu desejo de doar para o Criador é o vaso espiritual no qual ele recebe todas as sensações e compreensões espirituais. A “capacidade” desse vaso, isto é, a capacidade da razão espiritual do homem, é determinada pela capacidade de sua razão terrena, egocêntrica, que ele está tentando suprimir.
Resposta: Para aumentar a capacidade do vaso espiritual do homem, o Criador lhe envia constantemente obstáculos cada vez maiores, no caminho da “fé acima da razão”, intensificando gradualmente seus desejos egocêntricos e suas dúvidas sobre o domínio do Criador. Isso permite ao homem que vença gradualmente esses obstáculos, desenvolvendo assim mais e mais poderosos desejos altruístas, aumentando a capacidade de seu vaso espiritual e percebendo cada vez melhor o Criador no mundo de sua semelhança com Ele.
Resposta: Todos os sofrimentos do homem estão ligados ao fato de que ele é compelido pelo Alto a rejeitar completamente todo o senso comum e a proceder cegamente, colocando a fé acima da razão. Quanto mais razão e conhecimento ele possua, quanto mais forte e mais inteligente ele seja, mais difícil será para ele percorrer o caminho da fé, e correspondentemente, mais ele sofrerá por conta de rejeitar o senso comum.
Resposta: De modo algum aquele que escolheu esse caminho particular do desenvolvimento espiritual, pode concordar com o Criador. Em seu coração ele amaldiçoa a necessidade de tal caminho, e nem por auto-persuasão ele consegue justificar o Criador. E ele não consegue suportar a condição de não ter apoio de nenhuma espécie, até que o Criador o ajude e lhe revele o inteiro quadro da criação.
Resposta: Quando o homem sente que ele está em um estado de elevação espiritual, e que todos os seus desejos estão focalizados somente no Criador, este é o melhor momento para se aprofundar nos livros corretos sobre Cabala, de modo a tentar compreender seu significado interno. Embora ele possa sentir que não consegue entender nada, apesar de seus esforços, mesmo assim é preciso que ele se aprofunde na Cabala de novo e de novo, centenas de vezes, e não se renda ao desespero diante de sua falha em compreender. O significado dessas tentativas reside no fato de que os esforços do homem para compreender os mistérios da Torah são sua prece para que o Criador Se revele a ele por Suas manifestações, para que o Criador satisfaça seus anseios. A força da prece é determinada pela força desses anseios.
Resposta: Há uma regra: o esforço despendido em atingir alguma coisa aumenta o desejo para atingir essa coisa, e a força desse desejo é determinada pelo sofrimento causado pela indisponibilidade daquilo que desejamos. A prece é o próprio sofrimento, não expresso em palavras mas apenas sentido no coração. Partindo daí, podemos entender que somente após extenuantes esforços para atingid o que é desejado o homem pode rezar tão sinceramente, que receba o que pediu.
Resposta: Para que o Criador ouça a prece, ela precisa vir do próprio coração dos corações, isto é, todos os desejos da pessoa precisam estar concentrados nessa prece. E é por isso que é preciso se aprofundar nos textos centenas de vezes, mesmo sem entender nada, até atingir um verdadeiro desejo, de modo que o Criador possa ouvi-lo.
Resposta: Um verdadeiro desejo é aquele que não deixa espaço para nenhum outro desejo.
Rav Michael Laitman