Educação "Superior": Como Criar Crianças Felizes
Exercer o papel de pai e mãe jamais será uma tarefa fácil. Além de longas noites em claro e da preocupação com o apoio e o bem estar das crianças, achamos que, de todas as tarefas, a mais difícil e desafiadora é - fornecer respostas à cada pergunta que elas fazem. Certamente muitos de vocês estão familiarizados com a cena em que a doce criança abre um par de grandes e curiosos olhos, olha inocentemente em sua direção e, sem piedade, dispara perguntas relacionadas ao sentido da vida e o seu objetivo.
Nesses casos pouco importa se você acompanha programas de televisão ou é ávida leitora de livros populares, ambos voltados à educação infantil, já que muito provàvelmente você ficará sem respostas, pois essas não se encontram na telinha ou em livros. Leia mais »
A menos que as crianças recebam as respostas que necessitam, elas se desconectam de seus pais e vivem suas próprias vidas.
Muitas vezes, observamos que os indivíduos de uma geração mais nova são contra seus pais e idosos. Eles os tratam com ira e respondem com agressões aos seus conselhos. Se víssemos essa ira como um pedido por algo mais profundo, compreenderíamos que talvez eles tenham razão, porque a geração anterior não está lhes dando aquilo que eles precisam.
O que nós damos à geração mais nova? Aparentemente, eles têm tudo: lanches, televisão ou videogames. Mas não é isso que a nova geração pede, não é isso que ela quer, não é para isso que ela se destina. Ela carece de uma resposta à seguinte pergunta: "Por que eu existo?" e isso explode sob a forma de violência e raiva.
Por que há uma geração mais velha e uma mais nova? Os mais velhos precisam proporcionar à geração mais jovem informações sobre a vida, transmitir a eles a sabedoria de como administrar a vida, com o intuito de responder às questões fundamentais da existência, "Onde eu estou? Para quê? Por quê? Para que serve a minha vida?".
Infelizmente, na maioria dos casos, isso não acontece. A maioria dos pais não sabe responder a estas questões. Apesar disso, este fato os livra da obrigação de proporcionar aos seus filhos aquilo que eles precisam? Certamente que não. Se os pais não se conhecem a si mesmos, eles também deveriam procurar se conhecer. Os filhos dizem "eles me tiveram, trouxeram-me ao mundo e parece que me abandonaram aqui, sem qualquer ajuda." É isso que os filhos sentem interiormente.
Sem receber as respostas que necessitam, os filhos se tornam desconectados e separados de seus pais. Uma criança volta para casa, come algo e tem sua própria vida. O pai, a mãe, e qualquer um que se encontre lá fora, são como máquinas que suprem as necessidades físicas deles. Tudo que diz respeito a sua alma e outras necessidades interiores necessidades não tem nada a ver com eles. Quem são essas pessoas? São dinossauros ou robôs ao redor da casa que os servem. É exatamente assim que os pais se parecem às crianças.
Pode ser diferente? Sim, mas somente se os próprios pais receberem uma educação diferente.
Se os filhos perceberem que os pais estão interessados na essência da vida, na razão pela qual vivemos, e como alcançá-la; se verificarem que seus pais se desenvolvem gradualmente, os filhos perceberão que os pais podem proporcionar-lhes respostas a qualquer pergunta. Eles podem explicar o que acontece no mundo e o porquê, ajudá-los a compreender a crise e todos os problemas, de forma que possam se relacionar corretamente com o mundo. Os pais podem não apenas explicar tudo isso, mas também envolvê-los nesta sabedoria.
Infelizmente, se os filhos perceberem e sentirem interiormente o quão miseráveis são seus pais, se testemunharem eles se divorciando, usando drogas, perdendo o seu tempo, extinguindo sua vida, que tipo de atitude eles podem ter para com os pais?
Hoje, os filhos são muito espertos. É por isso que os próprios pais devem compreender que, para o próprio bem deles, eles próprios devem se educar.
A Cabala vem ajudar a enfrentar a crise na Educação e na Vida Familiar
Não diga a seus filhos o que fazer – faça-os querer fazer.
O princípio básico da educação correta é, na verdade, muito simples: os pais não devem dizer ao filho o que fazer, mas apenas como fazer, se a criança pedir.
E o que acontece até então? Os pais deveriam usar sua esperteza para encontrar formas alternativas de despertar nas crianças o desejo de fazer aquilo que precisa ser feito. Desta forma, o desejo será da própria criança. Esta é a educação correta.
Está escrito que deveríamos "Educar a criança no caminho em que deve andar" (Provérbios 22:6). Isso significa que não só os pais, mas a criança também deve entender claramente para onde ela está indo, e ela deve desejar isso. Então, ela aceitará a educação, ela irá exigí-la.
Os pais que pressionam seus filhos, que tentam ensiná-los à força alguma informação ou hábito, criam uma geração “em pedaços”.
A sabedoria da Cabala, por outro lado, é contra qualquer tipo de violência ou pressão. "Não existe qualquer coerção na espiritualidade". Nenhuma coerção significa que tudo existe e é feito apenas como resultado da própria vontade da pessoa. O que os pais devem fazer é despertar essa vontade.
O nosso problema é que ninguém está fazendo isso e todo o sistema de ensino está errado. Portanto, a nossa tarefa é ajudar os pais a entender este princípio dos Cabalistas - tudo depende do livre arbítrio da pessoa e tudo o que devemos fazer é ajudar o seu livre desenvolvimento.
A hiperatividade é um fenômeno natural na nova geração de crianças.
Cerca de 80% a 90% das crianças de hoje são hiperativas. Para muitas delas é prescrito Ritalina. Aos pais é dito: "Não traga seu filho para a escola se você não der Ritalina a ele". Isso se tornou quase um pré-requisito nas escolas.
Porém, isso está obviamente errado. A Cabala explica que as pessoas mudam de uma geração para outra porque o nosso desejo cresce constantemente. As pessoas da nova geração têm desejos maiores do que as da geração anterior. Então, elas desenvolvem novas tecnologias, e com isso a sociedade e a humanidade avança. Por este motivo, cada geração é superior àquela que a precedeu.
Atualmente, nós atingimos uma geração especial, onde o ego saltou para um nível tal que somos incapazes de utilizá-lo da forma correta. Nós não conseguimos entender as crianças. Assim, ao invés de entendê-las, queremos acalmá-las, como se as fizéssemos parar, acorrentando-as com Ritalina. Mas isso só faz a pessoa estacionar, impedindo-a de se desenvolver.
Isso não significa que uma criança em particular seja hiperativa. Uma coisa seria se fosse uma ou duas crianças, mas hoje, 80 a 90% das crianças experimentam este fenômeno. Então, isso não é uma exceção. É assim que a geração se parece, e queremos algemá-la, aprisioná-la.
A criança deve correr, pular, ser "hiperativa". Ela deve pôr para fora a sua energia, o seu desejo, a fim de se desenvolver. Se colocarmos restrições nela, se nós a medicarmos, vamos certamente prejudicá-la tanto física como mentalmente.
Se isso é um fenômeno preponderante, devemos abordá-lo com cuidado, como algo natural e necessário para o desenvolvimento. Devemos admitir para nós mesmos que não sabemos como lidar com essas crianças, como acalmá-las, colocá-las na escola e fixar limites. Independentemente disso, a Ritalina não é a abordagem correta.
Sugestões práticas sobre educação para resolver conflitos entre pais e filhos
"A Educação não cria nada novo, mas revela o que já está escondido dentro de uma pessoa". (Rav Kook, Ensaios do Raiah, p. 100)
É possível encontrar dicas valiosas em guias sobre educação dos filhos. Freqüentemente, uma boa dica pode economizar meses ou mesmo anos de indecisão e frustração, e ajudar famílias a saírem de situações desesperadoras. No entanto, freqüentemente nos deparamos com questões ou situações que "nos pegam despreparados", e nos deixam pensando se somos capazes de responder adequadamente a elas. Em tais situações, a nossa resposta normalmente se resume a um sorriso perplexo ou um murmúrio sem graça, escondendo a nossa falta de conhecimento e a grande indecisão sobre qual seria, na verdade, a melhor coisa a fazer.
Estando cientes da curiosidade crescente das crianças e da agonia da maioria dos pais, decidimos recolher algumas sugestões práticas sobre cada assunto, baseadas na autêntica sabedoria da Cabala, a qual diz respeito às questões da alma, à educação, e às grandes questões dos pequeninos. Desfrute!
Uma Resposta para Cada Questão
Ser pai ou mãe nunca será uma tarefa fácil. Além das longas horas sem sono e a preocupação com o sustento e bem-estar das crianças, nos deparamos com a tarefa mais difícil e desafiadora de todas – responder cada pergunta que elas fazem. Certamente, muitos de vocês estão familiarizados com o cenário em que a amável criança abre um par de olhos enormes e curiosos, olhando inocentemente nos seus olhos e, sem piedade, dispara perguntas relativas ao sentido da vida e a sua finalidade. Em tais casos, não importa se você é fã do Dr. Spock (célebre pediatra americano, autor do best-seller “Baby and Child Care”, publicado em 1946), ou leitor fervoroso de Tracy Hogg (autor do popular best-seller "Baby Whisperer"); muito provavelmente, você ficará sem resposta, pois as respostas a estas questões não são encontradas em livros.
É justamente por isso que decidimos dedicar a primeira dica desta seção à seguinte questão: “De que forma responder às grandes questões formuladas pelos pequeninos que crescem dentro de nossas casas”. Devemos responder-lhes o que pensamos, mesmo que a reposta não seja “fácil de engolir”, ou devemos dar respostas evasivas, e deixar que elas enfrentem essa questão mais adiante em suas vidas?
Digam sempre a verdade, mas sejam consistentemente gentis.
"Sejam diretos com a criança, até o fim, senão vocês não ganharão a sua confiança, uma vez que a criança é sensível a qualquer falsidade, não importa quão afável ela possa ser". (Yanush Korchak).
Compreendam, acima de tudo, que as crianças são sensíveis por natureza. Se elas detectarem que algo está sendo escondido delas, isso pode interromper todo o sistema de confiança e respeito mútuos com seus pais. Portanto, se vocês guardam uma informação importante ou uma percepção profunda da vida, não a escondam de seus filhos. Eles são sedentos por esse conhecimento.
É sempre preferível não ocultar a verdade das crianças. No entanto, não há necessidade de sobrecarregá-las com questões que elas ainda não estão emocionalmente preparadas para lidar. De forma prática, se a verdade não é simples, tentem simplificá-la e adaptá-la ao mundo infantil das imagens, numa forma suave e não-ameaçadora, de forma que não as pressionem. Lembre-se que cada história que vocês contam a seus filhos ganha vida e se torna realidade. É obrigação de vocês, como pais, serem sensíveis ao desenvolvimento mental e emocional de seus filhos. Somente de acordo com a maturidade emocional deles, é que vocês serão capazes de revelar um nível extra da sabedoria da vida que vocês acumularam ao longo dos anos.
Portanto, às vezes é preferível esperar que a criança peça por mais conhecimento, de forma que não ela se sinta "levada" para algo que ela nem sequer pediu. A sua expressão de aceitação avisa a vocês que ela está pronta para absorver uma resposta mais profunda. Fiquem de ouvido ligado e sigam a reação dela às coisas que vocês dizem. É assim que vocês terão certeza que não estão sobrecarregando-a demais nem a confundindo.
Se vocês não sabem a resposta certa às perguntas, não tenham medo em admitir, mas não fujam à responsabilidade de vocês com relação a elas para buscar a resposta, juntamente com as crianças. Albert Einstein disse uma vez, "O importante é não parar de fazer perguntas".
A Grande Rebelião e os também Pequeninos…
Como pais, tendemos a dar aos nossos filhos muitos conselhos; mas muitas vezes, embora prestem atenção, eles fazem totalmente o contrário. Por alguma razão, na maioria dos casos, um indivíduo sente a necessidade de fazer o contrário daquilo que foi explicado a ele, bem como descobrir soluções melhores e mais apropriadas do que aquelas que foram tentadas por seus pais – para poder viver a sua própria vida. Embora isso nem sempre dê certo, ninguém consegue escapar desse desejo
Quase todos se rebelaram em algum momento com os seus pais. Mesmo assim, quando olhamos nosso bebê crescer, uma das coisas que mais tememos, é que eles façam o mesmo.
De onde vem essa aspiração para se rebelar contra todo o legado da geração anterior? Como podemos enfrentar isso de modo mais eficiente, sem impor a nossa opinião, e sem prejudicar o desenvolvimento da criança?
Aconselhando através da Honestidade e da Amizade
A Cabala explica que quando uma pessoa é convidada a mudar, ela naturalmente resiste, porque a aspiração pela mudança não se originou nela, e também porque ela não vê nenhum benefício nisso. A verdade é que, na maioria dos casos, ela tem razão. Por quê? Porque a maioria dos conselhos que recebemos dos nossos pais vem dos padrões de pensamento que eles absorveram em sua infância, e os satisfazem – mas não a nós. Assim, de forma subconsciente, seus conselhos servem principalmente para eles - não para nós. É por isso que não os aceitamos.
Do mesmo modo, é importante perceber que, de forma subconsciente, os pais esperam veladamente que seus filhos continuem seus passos. É por isso que eles os influenciam com seus próprios conceitos e valores
A fim de criar uma comunicação eficiente e saudável com a criança, precisamos compreender que cada nova geração tem valores novos e diferentes dos nossos, e que não correspondem às nossas expectativas. Se ignorarmos este conflito - entre as aspirações dos pais e o novo nível de desenvolvimento da criança – isso acabará inevitavelmente em rebelião.
Através da observação da natureza da natureza humana, os Cabalistas concluíram que a única possibilidade de uma criança ouvir seus pais é se ela perceber que se beneficiará ao aceitar o conselho. Por isso, é sensato dar conselhos ou uma explicação que proporcionará à criança a sensação de que, aceitando-o, ela irá pessoalmente ganhar algo que não está necessariamente ligado aos pais. Isso exige que os pais sejam honestos com eles mesmos, e que examinem a essência do seu conselho - eles devem continuamente se perguntar: “Para quem realmente serve este conselho?”.
É vital que o conselho não apareça sob a forma de "Regras", mas leve a criança a entender por si mesma, dentro dela mesma, o que ela precisa fazer. Dessa forma, ela não perceberá que um determinado processo está sendo forçado em sua vida, mas perceberá que a idéia da mudança se desenvolveu de forma independente em seu interior.
Outro aspecto interessante que os Cabalistas trouxeram à tona é que cada criança, dentro das profundezas de seu coração, anseia por um amigo verdadeiro. Uma das suas maiores esperanças é descobrir amigos verdadeiros, mesmo nos irmãos e nos seus pais. No fundo do seu coração, uma criança está pronta para uma relação como essa com seus pais. Por isso, a fim de criar um diálogo verdadeiro com as crianças, os pais precisam aprender a se tornar um amigo, um grande amigo. Eles devem tentar criar uma confiança mútua que não se baseie na honra ou no controle, mas sim na amizade e parceria verdadeiras para se alcançar o objetivo comum, baseado no amor incondicional.
Boa Sorte!
Os jogos infantís deveriam ensinar as crianças a ganhar através da conexão entre elas.
Nos anos 80, Douglas Coupland popularizou o conceito "geração X", referindo-se à nova geração. Isso se tornou rapidamente um tema popular, com uma cultura pop formada em torno desse conceito, tentando interpretar as qualidades singulares da nova geração.
Hoje, nós vivemos na era da "Geração Eu" - uma geração que é tipicamente preocupada com uma coisa – consigo mesma!
A Cabala sugere que a melhor forma de passarmos da "Geração Eu", onde nos sentimos alienados e hostis, para a "Geração Nós", onde nos sentimos conectados, seguros e unidos, é através de um novo tipo de educação. Acreditem ou não, um dos principais meios de educação é o jogo infantil!
Os jogos que as crianças brincam hoje em dia, na Geração Eu, são todos baseados em como vencer sendo o mais rápido ou o mais esperto, ou simplesmente dizendo, "melhor do que todos os outros". Para ir desta geração até a geração Nós, os pais podem incentivar seus filhos a brincarem com jogos em que o vencedor é aquele que tem a melhor conexão com outras pessoas
As crianças aprenderão desde cedo sobre as vantagens de se estar conectado com os outros, e desenvolverão uma mentalidade que esteja em harmonia com a Natureza - onde tudo já está conectado de forma harmônica.
Além de mostrar às crianças como triunfamos através da conexão com outras pessoas, estes jogos também deverão mostrar que, sem essa conexão, fracassamos. Os jogos mostrarão à criança que ser o melhor, triunfar, e vencer, só pode ocorrer quando todos ganham. Isso ajudará as crianças a fazerem a transição interior do Eu para o Nós, e elas vencerão - juntamente com todos os outros
Esses jogos e sistemas educacionais podem abrir caminho para uma nova mentalidade, interligada, adequada ao século XXI. A nossa época atual – da globalização crescente juntamente com o egoísmo crescente - exige que ocorra uma transição da "mentalidade Eu" para "mentalidade Nós". Através de jogos que permitam tal transição, as crianças, e também os pais, aprenderão uma verdade fundamental: que vencer só pode ocorrer juntamente com todos, e não apenas sozinho.
A Cabala vem ajudar a enfrentar a crise na Educação e na Vida Familiar
As crianças sempre desejarão ser como os adultos. Então, se quisermos que elas se comportem de modo diferente, devemos primeiro aprender a fazer isso por nós mesmos.
Desde os primeiros dias da vida de uma criança, tentamos ensiná-la a arte da comunicação. Queremos crianças que “brinquem graciosamente”, de modo que organizamos festas e aniversários para elas. Estamos preocupados em como maximizar seu tempo livre, e gastamos recursos consideráveis em jogos e manuais de educação. Ficamos agradecidos quando outros adultos valorizam suas inteligências e bons modos. Mas geralmente esquecemos que, quase diariamente, na hora em que estão na escola, as crianças devem passar pela prova “da sobrevivência” entre seus colegas.
Os adultos estão sempre prontos a fazer concessões às crianças, perdoar e ter compaixão por ela, enquanto que, em seus relacionamentos, eles têm de lutar a "ferro e fogo" por seus direitos: exigir e ceder, atacar e defender, acostumar-se com as hostilidades de seus pares em relação a eles. E, apesar de todo o esforço que gastamos para criar um oásis para a felicidade e prosperidade da criança, a sua vida real acontece fora da nossa casa.
Lá fora, no grande mundo, a criança deve aprender imediatamente a jogar segundo regras diferentes. Ela é capaz de entender que o sucesso e a prosperidade são gerados com mentiras, intrigas e força bruta. Mas estas regras foram escritas por nós mesmos. Sem levar isso em conta, nós acostumamos as crianças a uma política de dupla entrega. Todos os pais têm geralmente o mesmo pensamento: "Eu estou pronto para fazer o que for preciso para que meus filhos se dêem bem. E não apenas se dêem bem, mas melhor do que outros".
Com este pensamento de ser "melhor do que outros", vamos serrando lenta e constantemente o galho que estamos sentados. No início as crianças adotam as regras do jogo de forma subconsciente e, depois, conscientemente. O mundo passa a ser dividido em "nós" e "eles", e se "eles" ficam no caminho de nossos interesses, tornam-se imediatamente “criminosos”, fora da “nossa” lei. Obviamente, podemos prever resultados desastrosos de tal ponto de vista no dia a dia.
Será que existe uma alternativa? A Cabalá argumenta que sim, ela existe, e por esta via os interesses de todos eles serão levados em consideração. Isto significa que, independentemente da filiação a um determinado grupo por razões sociais, patrióticas, religiosas ou outras, será garantido a cada um o respeito por seus interesses essenciais. Isto se tornará não apenas a letra da lei, escrita na constituição, mas também a aspiração interior da maioria das pessoas.
Isso será possível desde que todos, sem exceção, sigam a seguinte regra: "qualquer coisa que você odeie, não faça para seu amigo". Simplesmente respeitando essa regra, a vida mudaria, literalmente, para melhor, bem diante de nossos olhos.
E as crianças? As crianças sempre desejarão ser como os adultos. Se nós adultos, começarmos a nos comportarmos de forma diferente, as crianças nos imitarão imediatamente. Nos jardins de infância, escolas e na rua, novos jogos surgirão, onde as crianças aprenderão uns com os outros a viver em um mundo de bondade. Por isso, o melhor que podemos fazer para os nossos filhos é começarmos educando a nós mesmos.
|