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Cabala Revelada" Episódio 2: O Caminho da Dor & O Caminho da Torá e Mitzvot

Descrição

 

Anthony Kosinec introduz o processo de transformaçao gradual porque passamos em todos os momentos de nossa vida; estamos sendo conduzidos para o fim deste processo com descobriram os Cabalistas; as vantagens de se seguir o método indicado pelos Cabalistas para acelerar o processo(O Caminho da Torá e Mitzvot) e as desvantagens da não usá-lo(O Caminho da Dor).

Transcrição

Cabala Revelada" Episódio 3: O Caminho da Dor & O Caminho da Torá e Mitzvot

Entrevista concedida ao canal americano de TV, Shalom TV
Anthony Kosinec
21 de Julho, 2006



Olá novamente e bem-vindo à Cabala Revelada. Eu sou Tony Kosinec.

Na última vez, nós falamos sobre a força de desenvolvimento, a progressão dos desejos, o caminho com que a realidade nos move ao longo do caminho do desenvolvimento. Nós falamos sobre a qualidade que é a definição dos Mundos Superiores, dos Mundos Espirituais. A qualidade que é a definição dos mundos físicos e o que há na maneira de nós percebemos o que torna os Mundos Espirituais, a realidade maior, oculta de nós.

Olhamos a progressão dos desejos. Nós vimos que existiam quatro categorias de desejos que são considerados físicos, e que por causa do Pensamento da Criação, o qual é de criar uma criatura e trazer essa criatura ao deleite sem limites, ela precisa progredir por meio do que o Criador acha prazeroso.

E então, todas as expressões do desenvolvimento do Pensamento da Criação são expressas através de algo que falta e um preenchimento. E nós vimos que desejos progridem dos desejos simples, desejos animais por sexo, por abrigo, comida, família e quando isso era satisfeito, nós passávamos a um desejo maior, que era um desejo por riqueza, que é a acumulação do primeiro. E quando sentimos isso como vazio, porque nós ainda estamos sentindo algo nos levando, algo que nos empurrando à frente, algo que nos puxa para frente, nós sentimos e, nós sentimos aquela coisa como um tipo de gosto, como algo que nós precisamos ter, e partimos em busca dele, e uma vez que o tivermos, não conseguimos senti-lo mais, mas isso é a força do desenvolvimento nos levando. Da riqueza, nós nos movemos para fama, poder. Uma vez que nós sentimos isso, nós somos movidos pelo nosso vazio para o conhecimento. E então, uma vez que nós achamos o conhecimento vazio, nós nos encontramos em uma situação confusa, em que nada desse mundo pode nos satisfazer. E se você se lembra, é nesse ponto em que um nível completamente novo de desenvolvimento se torna acessível para nós.

Quando aquele desejo especial entra no coração vindo do espiritual, que são as qualidades da vontade de doar. Ele muda tudo dentro do coração humano, e o coração humano, - quando você ouve o termo "coração" na Cabala ele significa a soma total de todos os desejos que uma pessoa tem - esse coração é ainda preenchido com desejos que vêm do mundo físico. Essas são ainda coisas das categorias um, dois, três e quatro.

Esse desejo, o qual é um desejo de alcançar o espiritual, é chamado "Israel". Das duas palavras Hebraicas Yashar, significando "direto", e El, significando "Deus". Um desejo por uma conexão direta com Deus. Esses desejos corporais são chamados "nações", "as nações do mundo", em outras palavras, os desejos do mundo físico

Até esse ponto, a força do desenvolvimento, a forma com que o desejo nos moveu, até que nós chegamos a um ponto onde nós realmente precisávamos sentir o que estava acima do mundo físico, isso aconteceu de uma maneira inconsciente. Mas de agora em diante ele tem que acontecer de uma maneira consciente, porque esse ponto no coração é um gene espiritual, é como o embrião da alma. E a alma é algo como um desejo e ele precisa ser preenchido, o coração precisa ser preenchido com esse desejo, ele precisa sentir tudo apesar desses outros desejos corporais. Em outras palavras, todos os desejos que nós temos, devem passar por uma transformação, uma correção. E é corrigindo esses desejos que o desejo de ir diretamente para Deus pode ser preenchido.

Agora o por quê disso? Em nosso estado original, na raiz da nossa alma, nós estávamos conectados ao Criador como "o Criador e a criatura". De fato estas são as duas únicas coisas que existem na criação: o Criador e a criatura. Nós estávamos aderidos ao Criador como um ser, como uma criatura unificada. Mas por causa do Pensamento da Criação, que é de criar uma criatura e enchê-la com deleite, este era somente o ponto inicial, era o início de um sistema. E a qualidade da criatura, que é o desejo de receber, começou a se expandir, propositalmente, e como resultado da expansão dessa qualidade, desse desejo de receber para mim apenas, uma maior diversidade em qualidade começou a crescer entre a qualidade do Criador, que é doação, e a qualidade da criatura, que é recepção.

E ao passo que essa intenção egoísta se expandiu, a primeira criatura, a completa criatura, a alma coletiva chamada "Adam ha Rishon", significando o primeiro homem, desceu através de um sistema de mundos, através de 125 passos para um maior e maior egoísmo, até que a alma alcançou um ponto em que se tornou separada no que parece ser fisicalidade. Isso é, a alma comum foi despedaçada em 600.000 partes, cada uma dessas partes tendo um pedaço do original, cada uma dessas partes um desejo. Agora, porque isso é um processo, e isso é apenas o ponto médio, essa ruptura, o despedaçado aspecto da alma coletiva em que nós experimentamos isolação, separação dos outros, uma espécie de antagonismo para com os outros, um desejo de explorar os outros, e uma experiência do mundo físico, é o ponto médio e será corrigido. Ele irá se elevar de volta através desse sistema de mundos, de volta para esse estado de adesão com o Criador, mas ele não pode fazer isso tudo de uma vez. Então propositalmente ela foi quebrada em 600.000 partes.
 

Cada uma dessas partes foi de forma semelhante quebrada em 613 desejos. Isso é, cada desejo individual dentro de Adam ha Rishon consiste de 613 desejos que podem ser corrigidos. As partes são pequenas o bastante. É como dividir um grande tesouro e dar uma moeda a cada pessoa sabendo que cada uma devolverá essa qualidade de doação, esse ponto no coração que é colocado dentro dela pode ser confiada a trazer aquele ponto de volta a sua origem e colocar o tesouro de volta, como algo coletivo mais uma vez.

Então no ponto do coração do indivíduo que começa a sentir esse desejo por espiritualidade, essa moeda do tesouro do Rei, mais 612 outros desejos que existem no coração, precisam ser transformados pouco a pouco, para assemelhar-se com um maior grau com a qualidade do Criador, para reverter esse processo.

Isso é, este processo do retorno, da correção, da Tikkun, da transformação, do preenchimento do Pensamento da Criação, irá acontecer. E todos nós, todas as 600.000 peças da alma coletiva irão se juntar novamente, e irão ascender da percepção física egoísta e um mundo de sofrimento de volta a um completo e inteiro inter-relacionamento com cada outr, de uma maneira que nós iremos alcançar o objetivo da criação, o qual é adesão com o Criador e o completo preenchimento do desejo maior sem limites. Irá acontecer. Mas a questão é, irá acontecer conscientemente, com nosso consentimento, ou seremos nós empurrados a isso?

Você vê, há um objetivo, e o objetivo é garantido, mas há dois caminhos para o objetivo: Um caminho é chamado "o caminho da dor" e o outro caminho é chamado "O caminho da Torah e Mitzvot".

O caminho da dor é o caminho em que nós já estamos. Não é nem mesmo um caminho. É o que vemos como a lenta e penosa evolução da humanidade que chamamos "história". É um tipo de amarra da nossa maneira física de percepção, para a característica que nós precisamos realmente transformar. E como resultado desse envolvimento não consciente com o processo de desenvolvimento, nós nos encontramos sendo empurrados por eventos. Nós vemos catástrofes, nós vemos Tsunamis, nós vemos guerras, nós temos experiências pessoais em nossas vidas, experiências de dor, experiências de sofrimento, que são causadas somente pela falta de envolvimento consciente com o processo de desenvolvimento dos desejos e suas correções. Agora esse caminho pode ir indo e indo e indo e é desastroso. Embora, uma vez que o ponto no coração aparece em uma pessoa, ele se torna envolvimento consciente, e esse é o caminho da Torah e Mitzvot.

Torah significa "instrução pela Luz", e Mitzvot significa uma transformação da qualidade de um dos 613 desejos de sua expressão egoísta para sua expressão altruísta.

Cada evento que acontece em nossas vidas é na verdade uma Mitzva, uma possibilidade de transformação sendo apresentada para nós. Agora, quando eu digo a palavra Mitzva, eu não quero dizer como os mandamentos físicos, onde você é instruído a fazer uma certa coisa. E há uma lista de todas essas coisas no Shulchan Aruch, na Mesa da Lei Judaica e assim por diante. Faça essa coisa física agora. Não estou dizendo para não fazer a coisa física, mas o que eu quero dizer é que isso é uma correção interna, é uma correção de desejo. Então quer você tenha feito uma boa ação externa, quer seja uma boa ação religiosa ou quer seja algo que nós consideremos como sendo algo bom para alguém, você pode fazer qualquer ação externa e você pode ser preenchido com ódio e egoísmo. Você não pode medir nada por isso. Nós estamos falando sobre um desses 613 desejos, que é apresentado para nós como um evento em nossa vida.

Nossas vidas inteiras são planejadas de certa forma por esse processo de desenvolvimento para nos apresentar a oportunidade de pegar o que primeiro sentimos como um desejo de receber para mim mesmo numa dada situação, e transformá-lo em sua forma altruística para tentar entender o que o pensamento do Criador é, o Pensamento por trás, me dando aquela situação. Porque, como você se lembra, a única maneira com que nós progredimos ao longo do espaço espiritual é alterando uma qualidade dentro de nós, para assemelhar-se àquela qualidade na espiritualidade que eu quero entrar. Então, o que é que eu quero conhecer? De acordo com esse novo desejo, esse desejo direto ao Criador, é que eu quero conhecer o Criador. Eu quero ter uma sensação direta. Eu quero sentir em meus desejos, nas coisas tangíveis que acontecem na minha vida, qual é o Pensamento Daquele, daquele Superior, daquele Nível Superior que me deu essa situação perfeitamente estruturada , que me deu essa oportunidade, como um presente de aniversário, para mim pegá-la primeiro em sua forma corrupta, e analisando-a e vendo o que ela é, sentindo qual Pensamento Dele está por traz dela. Isso é uma Mitzva. Isso é Tikkun. Isso é transformação.

Esses 125 estados pelos quais nós descemos da nossa conexão com a completa realidade abaixo, para nosso estado separado, como pessoas individuais e desejos, esses 125 passos são também completamente englobados por esses 613 Mitzvot. De forma que a correção dessas transformações trarão o indivíduo por todo o caminho de volta subindo a escada.

Outra característica disso é que cada um e todos os níveis de descendência são gravados em nós como um gene. Cada ponto pelo qual um maior e maior grau da vontade de receber foi adicionado e é lembrado por nós, como farelo de pão num caminho. E isso sendo o primeiro gene espiritual, esse ponto no coração, nosso acesso para a ascensão, é na verdade o ponto de entrada numa cadeia genética espiritual chamada "Reshimot". Recordações. E todos os eventos que acontecem em nossas vidas, que nos conectam entre essas 613 transformações da vontade de receber, para a vontade de doar é o que nos liga ao Criador. Cada evento nos é entregue num padrão perfeito de forma que nós temos a oportunidade de reconhecer o que é que nós precisamos fazer.

Agora, essa ação da correção e transformação, essa Tikkun, não é feita por nós. Ela é feita como resultado de um desejo que nós temos, de fazer esse contato com a Luz Espiritual. E como resultado do desejo que nós temos, o trabalho é feito pela Luz. É uma ação feita em nós pela Luz Circundante.

O Zohar diz: "Quando uma pessoa vem para purificar a sí mesma, ela é ajudada de Cima." Em outras palavras, é como resultado de uma necessidade interior, que costumava ser uma necessidade por aqueles quatro desejos corporais sendo transformada em um desejo maior e maior por saber o que a qualidade de doar realmente é. Nós não podemos alcançar isso por nós mesmos. Esse trabalho é chamado "o trabalho de Deus", não porque nós saímos por aí como um bando de bons soldados e fazemos o trabalho que Deus nos designou, é porque o trabalho em sí de transformação, purificação, Tikkun, é feito em nós pela Luz como resultado de um desejo expandido. Mas não se confunda com a palavra "Luz". Não pense nela como uma algo físico. Lembre-se que a qualidade do Mundo Espiritual é uma qualidade de atributos, é uma qualidade de intenções, de estados de sentimentos.

E se você quer sentir o contraste entre sua intenção e a intenção da Luz, então você não pode simplesmente ter um desejo e tê-lo preenchido diretamente por algum tipo de prazer, da forma com que fazemos no mundo físico. Para sentirmos a diferença entre nosso estado e o estado da Luz, a "minha intenção" e a intenção da Luz, é necessário ter um sensor, algo que possa sentir a Luz. E esse sensor precisa ser uma intenção. É chamado "uma tela". Isso é o que nos referimos no último episódio como o sentido adicional, o sexto sentido.

Agora essa tela age como um ressonador, um ponto de contraste entre o desejo que manda isso que é dado pela Luz. E ao invés de deixá-la entrar diretamente, ela bate na tela e causa uma sensação, uma sensação de diferença entre a intenção aqui e a intenção aqui. E essa tela, ou Masach, é a ferramenta. Essa é a maneira com que nós podemos transformar a vontade de receber, que é nossa matéria e a única ferramenta que nós temos para trabalhar, em algo muito diferente. Nós podemos começar a sentir e receber a Luz somente de acordo com uma intenção que combina com a intenção do Mundo Espiritual. Agora, nós lidaremos com isso mais tarde. Mas o que acontece quando isso pode realmente acontecer, quando o sentimento aqui, a intenção na tela é a mesma que a intenção da Luz? Isso é chamado "um desejo corrigido". E esse contraste cria uma necessidade em nós, a necessidade correta, uma necessidade particular. Ele constrói uma falta em uma direção particular. Ela nos faz querer sentir o que nós não temos, e isso é a sensação da Luz, o Pensamento, a intenção por trás da Luz. E ela nos move na direção pretendida de maior e maior correção.

Toda vez que um desejo passa em transformação da sua forma corrupta para sua forma perfeita, uma transformação da sua vontade de receber para a vontade de doar, isso nos coloca em contato com a eternidade. Isso nos conecta mais e mais ao Pensamento por trás de todo o processo. E não faz isso somente para esse desejo em particular, e para um indivíduo, mas como resultado de uma conexão, da interconexão em Adam ha Rishon, aquela parte da pessoa número 1, aquele desejo dentro da pessoa numero 1, como um holograma, se torna corrigida em cada um dos outros desejos e os reconecta entre sí. Então, ele eleva não somente a pessoa que faz a correção, mas seu mundo inteiro, de forma que nossa percepção da nossa realidade, a razão das coisas acontecerem, o Pensamento por trás disso, quer ou não coisas boas e ruins estão acontecendo, isso muda. A pessoa pode sentir a total bondade por trás da orientação do sistema inteiro, e não é mais enganada pelas idéias físicas do que é bom e mau.

Essa percepção do amor por trás do processo realmente é o esclarecimento. Agora nós vemos bons e maus eventos nos circundando, coisas que nós queremos que aconteçam e coisas que nós sentimos não deviam acontecer. E esse sentido que nós fazemos alguma coisa certa ou que fazemos alguma coisa errada, que nós fizemos um certo ato e somos punidos por isso, que há uma força boa e uma força ruim na realidade. Isso não é realidade Essa é a maneira com que isso parece para a vontade de receber, e esclarecimento significa que possamos ver apesar de tudo que aparenta para nós, qual o real, unificante Pensamento que está por traz disso.

Junte-se a nós na próxima vez, quando veremos a força de desenvolvimento, a razão do sofrimento e como nós podemos nos elevar acima disso.

Tradução: Victor Hugo Schulz
Revisão: Luiz Cunha
Agradecimentos especiais: Grace, Andrea e Wagner