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"Cabala Revelada" Episódio 5: As Quatro Fases da Luz Direta

 Descrição

Anthony Kosinec introduz o esquema das Quatro Fases Da Luz que forma a base da fundação do nosso "Eu" e de tudo o que percebemos na realidade.

Transcrição

Cabala Revelada #5
Introdução às Quatro Fases da Luz Direta

Palestra feita por Tony Kosinec para o canal americano Shalom TV
Anthony Kosinec
24 de Julho, 2006

Olá outra vez e bem vindo à Cabala Revelada. Eu sou Tony Kosinec. Vamos iniciar lendo uma citação do Baal HaSulam, da Introdução ao Talmud Eser Sefirot (O Estudo dos Dez Sefirot) Ele disse: Então devemos perguntar: por que os Cabalistas obrigam cada pessoa a estudar a sabedoria da Cabala? Certamente há uma grande coisa nisso, digno de ser publicado: Existe um maravilhoso e valioso remédio para aqueles que se envolvem na sabedoria da Cabala. Embora não entendam o que estão aprendendo, através da ânsia e do grande desejo de entender o que eles estão aprendendo, eles despertam sobre si as Luzes que circundam suas almas.

Enquanto eles não tiverem alcançado a perfeição, estas Luzes que são destinadas a alcançá-los são consideradas Luzes Circundantes. O que significa é que elas ficam prontas, e esperam até que o seu vaso de recepção seja purificado. Nesta hora estas Luzes irão revestir os vasos capazes.

Daí, mesmo quando uma pessoa não tem os vasos, quando ela se engaja nesta sabedoria, mencionando os nomes das Luzes e dos vasos relacionados à sua alma, as Luzes imediatamente brilham sobre ela de uma certa forma. Entretanto, elas brilham para a pessoa sem revestir o interior da sua alma por falta dos vasos capazes de recebê-las. Apesar disso, a iluminação que uma pessoa recebe durante o envolvimento atrai para ela a graça do Alto, doando abundância, santidade e pureza, o que a leva muito mais perto de atingir a perfeição.

Nesta lição iremos olhar para as quatro fases de criação de uma criatura. Este é um macro-padrão para tudo que existe na criação: o modo pelo qual a criação passou a existir; o modo pelo qual a criatura foi criada; e o modo pelo qual tudo o que brota disso é criado em todos os aspectos da criação.

Aqui o que os Cabalistas nos contam. [Tony desenha] Primeiro de tudo necessitamos saber que existem segredos da Torá, mas não iremos falar sobre estes segredos e eles estão acima da nossa capacidade de absorvê-los. Nenhum livro Cabalístico fala sobre os segredos da Torá, apenas sobre os sabores da Torá. Estes segredos são chamados Sua Essência, ou Atzmuto. É proibido falar sobre isso. O que proibido significa é que é impossível. Não existem palavras para isso. Nós não temos Kelim(vasos) para isso. Isso pode apenas ser conhecido por atingimento.

Nós começamos aqui [Tony desenha o símbolo para infinito]. Nós começamos com o Criador. Os Cabalistas nos ensinam que o Pensamento inicial do Criador, aqueles que alcançaram esse nível, nos dizem que tudo começou com uma intenção, e que esta intenção foi de criar a criatura e de trazer prazer para ela. Isto é o que é chamado Behina Shoresh. Esta é a raiz de toda realidade.

Agora já que este desejo de criar a criatura e de dar a ela o prazer é o impulso inicial da criação, imediatamente o que ocorreu é que havia um desejo de receber este prazer. Então este pensamento é o que agora nós chamamos de “Luz”, e isso é um desejo de receber. Este é o nosso vaso. Esta é a criatura inicial. Esta fase é uma na qual a Luz total da criação enche um vaso capaz de suportar a Luz inteira, mas este vaso é quase nulificado contra isso, ele é tão incorporado com ela que realmente estas coisas passam a existir na mesma hora e dependem uma da outra completamente.

Você tem aqui uma força de dar, um desejo de dar, que pressiona em uma recepção e cria um desejo oposto, o desejo de receber. Estas coisas estão unidas. Elas são uma espécie de parte e parcela da mesma idéia, mas oposta. Isso é chamado o segundo discernimento, o qual é Behina Aleph. Aleph é a primeira letra do alfabeto Hebreu e ela tem o valor 1, e este é o primeiro discernimento. O que acontece quando a Luz entra neste primeiro Kli, o desejo de receber é que sente o prazer, mas a Luz também dá alguma coisa sobre sua própria natureza dentro do Kli, e alguma coisa acontece como resultado desta sensação.

Quando esta Luz caminha para baixo e alcança o preenchimento total dentro deste desejo de receber, o vaso começa sentir algo sobre a natureza da Luz. Como isso é apenas o desejo de receber, ele faz um movimento baseado no seu programa, e percebe que existe um Doador, logo o primeiro discernimento é “existe um Doador”; em outras palavras, esta é a primeira coisa que não é o Criador. Ele tem a sensação que existe um modo de dar e um modo de receber. Ele existe, em relação a alguma coisa.

Vamos olhar para a primeira e segunda parte em termos de Sefirot. O primeiro discernimento é chamado “Keter” ou “coroa”. O segundo discernimento é chamado “Hochma”. Hochma significa sabedoria. Então esta Luz que é sentida pela primeira criatura aqui, esta primeira fase da criatura, é um prazer que é uma resposta às qualidades do Criador, e esta Luz que ele sente, que o penetra, é chamada “a Luz da Sabedoria” (em Hebraico, “Ohr Hochma”). Então sempre que você escutar a palavra “sabedoria” em textos Cabalísticos, ela esta falando sobre a qualidade desta Fase.

Agora alguma coisa acontece aqui, e como resultado de sentir que há um Doador, ele também sente o prazer do desejo de dar, e ele quer este prazer porque é um desejo de receber. Então neste desejo um novo discernimento aparece. Para conseguir chegar a isso – pois ele sentiu esta falta dentro de si (primeiro estava completamente cheio, depois sentiu uma falta pelo que ele sentiu na qualidade da Luz) - para alcançar isso, para tentar alcançar isso para si mesmo, ele realiza que ele não quer receber. O que ele quer é o prazer de dar, então ele faz um movimento para ser capaz de experimentar esse prazer de dar, mas como ele foi construído unicamente para receber, a única coisa que ele pode fazer é não receber. Em outras palavras, ele rejeita a Luz. Esta fase e chamada “Behina Bet”. Bet é também a segunda letra do alfabeto Hebreu e a percepção que ele tem é que dar é melhor do que receber. É o desejo de dar.

Agora aqui temos uma coisa muito interessante ocorrendo. Temos duas fases que mudaram (Fase 1 movendo para Fase 2) para o seu completo oposto. Fase 1 é o desejo de receber e Fase 2 é o desejo de dar. Esta Sefira (Fase 2) é chamada “Bina”. Bina vem da palavra Hitbonenut que significa “observar”. E o que ele realmente observa e o que ele discerne é uma qualidade do Criador, que a qualidade do Criador é dar. Então esta é a qualidade de dar, nesta Sefira Bina, esta Behina Bet, esta Fase 2.

Neste estado de vazio existe outro discernimento que vem para o vaso. Agora eu quero que você perceba o que está sendo falado sobre cada um destes Behinot, em cada um destes discernimentos, não é sobre a ação da Luz. Esta ação da Luz é sempre a mesma. Ela sempre usa esta Lei primária – o desejo de criar uma criatura e completá-la. Esta é a única coisa que a Luz faz. O que estamos falando é sobre mudanças de discernimentos dentro do Kli, dentro do desejo, dentro da criatura. Então aqui dentro de Behina Bet, na falta da Luz, existe um discernimento que acontece que sua natureza é atualmente receber, e que ele não pode existir sem a Luz da Sabedoria.

Esta rejeição da Luz, este retorno da Luz, é chamado, “a Luz da Misericórdia” (em Hebraico, “Ohr Hassadim”), então ela sabe que ela não pode existir assim, ela deve receber. Mas ela não quer ser um receptor, então ela tem que encontrar um jeito no qual sua recepção seja atualmente uma forma de doação. E isto nos leva ao próximo discernimento.

Este é Behina Gimel – a terceita letra do alfabeto Hebraico. Este discernimento nos leva para a fase dualista. Esta fase incorpora estes dois opostos, tanto a recepção de Ohr Hochma, como também a de Ohr Hassadim. Então estes dois desejos opostos estão incluídos aqui nesta fase mista. Por quê? O que está acontecendo aqui? Neste modo de recepção, Behima Gimel encontrou o caminho para transformar sua recepção em uma maneira de dar.

A única coisa que existe na criação é a criatura e o Criador – A Luz e o vaso – só isso. E mesmo se a criatura sente que esta fazendo o ato de dar somente dentro de si mesmo, realmente o único que existe para dar do ponto de vista da criatura é o Criador. Behina Gimel decide que ele irá copiar o ato do Criador, que ele entende que o Criador quer que ele seja preenchido com prazer, que ele deve receber este prazer, e que aquela parte do Pensamento da Criação é criar a criatura e dar para a criatura. Bem o único tipo de criatura que ele pode realmente criar é alguma coisa dentro de si próprio. Então ele faz a decisão que ele irá receber uma parte da Luz, vamos dizer 20% da Luz, sob a condição que ele somente o faça para realizar o Pensamento da Criação, este desejo do Criador de criar a criatura e enche-la de prazer. Então ela irá recebê-lo com a intenção de que para sua recepção ela complete este Pensamento. E este é o único modo no qual a recepção pode ser dar. Mas dar é uma intenção. Não importa qual é o ato; é uma intenção. Então esta está realmente em similaridade de forma com esta Fase 0(Keter) até certo grau. Estes 80% de Ohr Hassadim (Luz de Retorno) ainda é prazer, ainda é Luz vindo para dentro dele, mas ela não presta atenção a isso aqui. Esta fase, no Sefirot é chamada Zeir Anpin, é ela realmente consiste em vários Sefirot: de Hesed, Gevura, Tifferet, Netzach, Hod e Yesod. Ela é uma fase mista que permite a recepção a fim de doar.

Nesta simulação do ato de doação que Behina Gimel faz, um novo discernimento nasce. Ela sente aqui uma outra qualidade da Luz por causa da sua ação e esta qualidade é realmente o Pensamento do Criador em si. Ela chega ao entendimento que não é somente dar, e também não só receber uma certa porção a fim de completar o desejo do Criador em dar a ela, mas que o Pensamento da Criação é preencher a criatura completamente com prazeres ilimitados e ela então realiza que ela deve aceitar esta Luz a fim de completar o Pensamento da Criação. Ela deve aceitar a Luz completa.

Então aqui, a Luz entra e enche o vaso por completo. Esta é Behina Dalet, 4, mas esta é muito diferente da Behina Aleph. Mesmo que ela parece a mesma, alguma coisa muito diferente ocorreu aqui porque [Tony aponto para o desenho] em Behina Shoresh, Aleph, Bet e Gimel, todas estas ações não foram ações independentes. Estas eram todas feitas pelo Criador. A Força da Luz, a resposta e o desejo criado em cada uma destas, eram ações feitas pelo Criador. Em Behina Dalet alguma coisa totalmente nova acontece. Este é um desejo independente de ser e fazer precisamente o que o Criador colocou lá. Aqui, na intenção de receber toda esta Luz, existe a possibilidade da equivalência de forma com o próprio Pensamento da Criação em si.

Neste ponto, tudo muda para a criatura. Ocorre uma restrição, uma mudança na natureza do desejo que acontece aqui. Ao invés de receber, como ela fez, a Luz Direta e tentando alcançar isso para si própria, ela agora sente, por causa do ultimo discernimento que ela teve, ela sente a estatura do Criador. E agora ela não quer mais a parte que faz a criação, a Luz Direta, o que ela quer é a mente do Criador, a parte pensante da criação. Ela quer chegar à equivalência de forma com o Criador, o que é de fato, a intenção do Criador em primeiro lugar. Então aqui nós temos o começo de tudo o mais na criação. Nós temos uma criatura independente.

Por isso, esta quarta fase do Sefirot é chamada “Malchut”. Malchut vem da palavra “Rei” ou “Reino”. Significa que tudo é regulado aqui pelo desejo. Agora aqui, esta nova intenção de não receber para si própria, porque ela sente a estatura do Criador, ela se sente envergonhada da maneira de recepção, e isso é chamado uma restrição – a Primeira Tzimtzum – e de agora em diante ela busca o Pensamento atrás da criação, e não as ações da criação.

Assim aqui nós temos este Malchut, o começo da criação. E este vaso, este numero quatro Behina, é chamado “Olam Ein Sof”, ou seja, “Mundo Sem Fim”, e todos os Mundos e almas estendem-se daqui.

Toda parte da criação usa exatamente esta forma. Este processo, este macro-padrão, é também as quatro letras do nome de Deus. Vocês viram isso. Existe a ponta do Yod, Yod, Key e Vav, e o baixo Hey — o HaVaYaH. Quando vemos este nome, ele representa estas séries de forças.

Todos os nomes e palavras em Cabala são como formulas em física. Eles falam sobre os relacionamentos da Luz no Kli. Assim, aqui você vê que os Cabalistas nos deram um mapa do Alto para baixo – de como chegamos a existência. Mas não é somente isso. Também descreve os estados que a pessoa deve alcançar em sua ascensão. Ele nos dá propósito, nos dá a raiz, nos dá lugares ao longo do caminho. E é o que a criatura faz quando faz a restrição. Começa a construir um sistema de mundos para que atingir o Pensamento da Criação, mas como um desejo independente e torna-se igual ao Criador.

Esta é uma citação do Rav Laitman: “O Homem inclui tudo dentro de si. Se o homem faz as correções, isso significa que a criação inteira se aproxima do Criador. Entretanto, o homem tem que corrigir apenas ele mesmo. O homem que se eleva, traz consigo todos os mundos. É por isso que é dito que todos os mundos foram criados para o homem”.

Una-se a nós na próxima vez onde iremos aprender sobre a ferramenta primaria para o atingimento – a construção da tela, o sensor que nos permite sentir o Pensamento do Criador e atingir equivalência de forma com Ele.

Vejo vocês lá.