Olá novamente e bem-vindo à Kabbalah Revelada. Eu sou Tony Kosinec.
Nesta lição, daremos uma olhada nos quatro níveis que existem na natureza: o inanimado, o vegetativo, o animado e o humano.
Estamos familiarizados com isto quando olhamos a vida na Terra através do cinco sentidos. Entretanto, como a realidade é contruída sob a forma de raíz e ramos, isto é, porque há um nível de causa das forças que estão ocultas de nossos sentidos, o que podemos ver e sentir é somente o resultado daquelas forças. Portanto, estes quatro níveis de existência que observamos aqui são ramos de quatro níveis desta Força Superior Oculta.Nós as vemos mas, nós realmente entendemos alguma coisa sobre elas?
Vamos dar uma olhada nelas.
No mundo físico, estas quatro partes da realidade são distribuídas, de acordo com suas quantidades, em uma pirâmide. Na base desta pirâmide encontra-se a maior quantidade; este é o nível inanimado. O que estamos, na realidade, dimensionando aqui, de acordo com os cabalistas, não é somente um aglomerado de matéria, mas uma qualidade em particular no nível de raíz que manifesta a si mesma no nível dos ramos de uma forma que podemos entendê-la, e esta qualidade que estamos observando é o desejo de receber. Esta é a única coisa que existe no mundo físico, de maneira que tudo que vemos aqui é uma expressão disto. Por isso que no nível inanimado, temos toda a matéria sólida do universo — todas as rochas, todos os planetas e assim por diante — e a maior parte das coisas está neste nível porque o inanimado tem apenas uma pequeníssima quantidade de desejo de receber. Somente neste nível [Tony mostrando no desenho] — ele quase não tem desejo de receber. Portanto, ele tem uma vontade de mudar muito pequena, habilidade para mudar. E requer uma enorme força para movê-la em qualquer sentido.
Acima dele está o nível vegetativo – toda a matéria orgânica das plantas. Este nível de desejo de receber é tão maior que o do inanimado, dimensionalmente maior, que uma única planta, uma única flôr, incorpora mais desejo de receber que todo o nível inanimado. E porque ele tem esta dimensão extra do desejo de receber, ele também possui a habilidade de crescer. Ele pode fazer uma escolha entre o que é melhor e o que é ruim para ele, e cresce de uma forma bastante limitada – em direção ao sol obtendo alguns elementos da terra, e assim por diante. É uma forma simples de vida.
Acima temos o nível animado. Este nível tem um animal – por exemplo, uma abelha –que tem mais desejo de receber que todo o nível inanimado e vegetativo combinados. E em função disto ele desenvolve sua própria individualidade; ele vai em busca de suas coisas e escolhe entre o que é bom ou ruim para seu bem estar, de forma individualizada.
Acima disto temos o nível humano. Este nível incorpora mais desejo de receber do que todos os níveis abaixo dele; estão todos incorporados nele. Neste nível, temos algo denominado “mente” e “coração”. Este elementos nos permitem vivenciar, não da mesma forma que um animal que somente vê o presente, mas sermos capazes de usar nossa mente e nosso coração a fim de compensar aquelas coisas que não estão à nossa frente. Isto aumenta nosso desejo de receber tremendamente. Desta forma, este nível na realidade incorpora todos os níveis abaixo afetando-os. Portanto, a vida interna do nível humano é o que sustenta tudo o mais no universo, porque é tudo, na verdade, parte do humano.
Quando o desejo de receber do ser humano evolue para seu máximo,atinge um nível ao qual denominamos “falando” ou aquilo que podemos chamar de “um Kabbalista.” Uma nova e inteiramente ordem aparece neste ponto e estes quatro níveis são, então, vivenciados, ou pelo menos, é possível vevenciá-los no mundo espiritual.
Aqui as vemos desenhadas de uma forma um pouco diferente pois não estamos apenas lidando com a quantidade de uma qualidade mas com uma comparação de quantidade versus qualidade. Aqui o inanimado, o vegetativo e o que fala tomam novos nomes que você verá nas escrituras.
O inanimado é chamado de “palácios”; o vegetativo de “robe”; o animado de “anjos”; e o falante de “alma”. São constituídos de uma proporção de duas qualidades – o desejo de receber e o desejo de dar. Em outras palavras, assim que uma pessoa alcança este nível espiritual, passa por um processo onde o desejo de dar torna-se maior, maior e maior à medida que ele ascende estes níveis. Então, é claro que acima disso tudo há um outro nível de pura doação, o qual é chamado, “o Criador.”
Estes são termos muito misteriosos e estou certo de que já os viram em escrituras. Vamos revelar deles o mistério; vamos ver um artigo do Baal HaSulam que trata exatamentre do significado disto. É o Shamati, artigo 115, do livro “Shamati.” Ele assim o descreve:
Inanimado é algo que não não possui autoridade por si. Ao contrario, encontra-se subordinado a seu senhorio e deve satisfazê-lo em todos os seus desejos. Lembre-se, estamos falando aqui sobre a vida superior interna, e precisamos entender que o nível inanimado não tem liberdade ou poder sobre si mesmo, da mesma forma que o nível físico inanimado não possui liberdade, porque liberdade e vida espiritual começam com o auto-controle. Uma pessoa que não consegue controlar seus desejos é considerado um inanimado espirirtual.
Alguém que clame pelo Criador atingirá, eventualmente, um estado em que ele ve claramente que não possui nenhum poder sobre sua natureza, mas isto o leva a pedir do Criador forças de forma a controlar seu egoísmo, e o egoísmo é exatamente o que constitue a sua natureza.
Ele pede à Força Superior que lhe dê poder, mas não apenas para que faça o que quiser neste mundo; esta é maneira que as pessoas poderosas neste mundo agem. Eles estão muito focados em um único e dominante desejo e todas as suas ações seguem aquele desejo. Em função disto, esse tipo de pessoa torna-se ainda mais egoísta. Todos os seus pequenos desejos somente servem a um maior e mais poderoso desejo egoista, mas o caminho espiritual é diferente.
Lá, o homem se encontra numa situção em que ele quer submeter todos os seus desejos à vontade do criador, e, ao fazê-lo, está, na verdade, expressando sua liberdade de escolha e ao mesmo tempo controlando seu egoísmo. O que ele deseja é que as qualidades do Criador o governam , o que já ocorre, Ele já o governa de qualquer forma, mas ainda assim o homem aspira atingir este estado através de seu próprio livre arbítrio. Ele próprio quer saber, entender, sentir o poder do Criador sobre ele. Ele então quer ajustar todos os seus pensamentos e desejos, da mesma forma que um cavalo se adapta aos comandos de um cavalheiro. Assim, no estado inanimado, no nível espiritual, a pessoa ainda não pode concordar com todas as ações que o Criador desenvolverá com ele, mas atingiu um estágio onde já sente a necessidade de preencher todos os desejos do Mestre.
Baal HaSulam continua:
Por essa razão, quando o Criador criou a criação para Sua glória, como está escrito, “todo aquele que é chamado por Meu nome e que tenha sido criado para Minha glória” significa que Ele criou a criação a fim de preencher suas próprias necessidades. A natureza do senhorio está impressa nas criaturas, significando que todas as criaturas não podem trabalhar para uma outra, mas para si própria.
Uma vez que o Criador criou todas as criaturas em seu próprio benefício, Sua natureza está impressa nelas. Isto significa que cada ser também faz tudo para seu próprio benefício. Tudo que foi criado visa um único propósito e este propósito é submeter todos estes pequenos desejos a um mais elevado e mais prazeroso. É por isso vemos esta escala de desejo crescente nos níveis da criação. O homem começa a sentir e entender isto, e agora sabe que as propriedades do Mestre são totalmente diferentes da sua e que não há nada que ele possa fazer. Este é o nível inanimado; não há nada que ele possa fazer sobre isso.
Baal HaSulam continua:
O vegetativo é aquele em que há alguma autoridade própria até certo ponto. Ele pode fazer alguma coisa que é contrária à opinião do senhorio, significando que ele já pode fazer coisas não só para si, mas para doar. Isto já é o oposto do que existe na vontade do Senhorio, que Ele imprimiu nos inferiores para funcionar apenas com o desejo de receber para si mesmos.
Assim, como podemos notar na flora física, apesar delas se moverem expandindo-se em largura e comprimento, ainda assim, todas as plantas possuem apenas uma propriedade. Em outras palavras, não há uma única planta que possa ir contra o método de todas as plantas, mas devem aderir às regras da flora e são incapazes de fazer qualquer coisa contrária à consciência de suas contemporâneas. Portanto elas não possuem vida própria, mas são parte da vida de todas as floras, significando que todas as plantas têm uma unica forma de vida. Todas as plantas são como uma unica criatura e as plantas são um órgão desse específico animal. Portanto, todas as plantas existem na mesma forma, como se todas fossem partes de uma mesma planta – começam a crescer, murcham e morrem na mesma época fixa do ano, e tudo é pré-programado independendo do que elas façam. Elas se desenvolvem e crescem independente de suas vontades.
Baal HaSulam diz:
Similarmente, em espiritualidade há pessoas que já desenvolveram a força para sobrepujar sua vontate de receber em algum grau mas encontram-se restritas ao ambiente. Não podem fazer o oposto do meio ambiente em que vivem, embora façam o oposto do que sua vontade de receber deseja. Isto significa que elas já trabalham com o desejo de doar. É da mesma forma no espiritual. Aqueles que têm tão pouco poder para sobrepujar seu desejo de receber são completamente escravizados por sua sociedade. Não podem entender sua influência e não podem funcionar fora disso, mas estão tentando criar internamente uma oposição ao seu desejo de receber, significando que elas já estão trabalhando com seu desejo de doar, e estas pessoas são livres internamente mas completamente dependentes de sua sociedade, da mesma forma que o nível vegetativo das plantas é.
O vegetativo contém alguma manifestação de desejo independente; pode resitir à vontade do mestre. O que ele significa por “vontade do mestre” são os ditames do desejo de receber; a dominação do ego. Este tipo de pessoa pode trabalhar até um certo ponto contra o que o ego lhes diz para fazer pois adquiriram uma ferramenta neste nível, uma tela, uma força interna e agora podem trabalhar com os desejos. A forma como trabalham estes desejos é que esta pessoa se opõe ao desejos do mestre – que é sua própria natureza – e esta é a natureza que a criatura lhe deu: seu egoismo.
Neste ponto ele já percebe que sua natureza emana diretamente do Criador, mas agora ele discorda de sua própria qualidade interna e deseja influencia-la com uma atitude contrária. Assim, no nível vegetativo, um pessoa ja pode dar ao invés de somente fazer coisas em seu próprio benefício. E é isso que contradiz a vontade do mestre.
Este desejo de receber nos foi dado no momento da nossa criação. Assim, por um lado, o Criador colocou o desejo em nós e quer nos preencher, e por outro lado, Ele quer que r adquirimos sua propriedade de doar. Na realidade, ambos estes desejos pertencem ao Criador.
Embora estejamos mergulhados em desejos egoístas, ao mesmo tempo, estamos incluídos no desejo original do Criador. Contrariamente, quando eventualmente adquirimos desejos altruísticos, ainda estaremos dentro da vontade do Criador. Isso porque não nada exceto a vontade do Criador, Seu poder sobre nós. Este é o significado de “Não há nada mais além D’Ele”. Mas uma pessoa pode escolher a qual poder, a qual força vai se submeter e qual aspecto do desejo do Criador irá influenciá-lo. Ele pode escolher um dos dois. Então, por que não sentimos estes dois desejos igualmente? Na realidade mais elevada, quando adentramos o mundo espiritual e começamos a ascender, ascendemos na linha do meio, de forma a que estas duas escolhas – ou estar sob o poder do egoísmo ou do poder do altruísmo – neste ponto nos as percebemos como equivalentes. Este estado é conhecido como “Klipat Noga,” que é entre o doar e o receber; algumas vezes pertencemos a um, outras vezes pertencemos à outra. E assim é o homem. Assim, o que ele precisa é colocar-se na posição neutra, entre as propriedades de doar e receber. Quando ele alcança este estado de neutralidade, torna-se livre para fazer suas próprias decisões; a isso chamamos de “liberdade”.
Baal HaSulam continua:
Animado: vemos que cada animal tem sua própria característica; não estão confinados ao meio ambiente mas cada um deles tem suas próprias sensação e característica. Podem, com certeza, operar contra a vontade do Senhorio, significando que podem trabalhar doando e não são confinados ao meio ambiente, mas em suas próprias vidas. Sua vitalidade não depende da vida de seus amigos. Cada criatura animada é especial em sua própria maneira; não é escravizada pelo meio ambiente e possui suas propriedades individuais e seus próprios sentimentos. No mundo físico, vemos que cada animal pode se mover livremente e independentemente dos outros, mas se submetem às leis comuns à sua espécie. Portanto, vemos várias especies respirarem e hibernar sempre nas mesmas épocas, da mesma forma, no espiritual, cada um no nível animado tem suas próprias sensações e suas propriedades individuais; não é mais escravizado pela sociedade; tem um maior grau de liberdade de ir contra a vontade do seu mestre, contra a vontade de receber do que o nível vegetativo. Pode criar seu próprio meio ambiente.
Ele, de alguma forma, ainda precisa de sua sociedade natural e egoísta mas não é completamente dependente dela. Mas ainda não pode sentir além de sua própria existência. Em outras palavras, não têm qualquer sensação do outro e, naturalmente, não pode se importar com o outro. O nível animado tem um elevado grau de independência, mas lhe falta algo muito importante – ele só consegue sentir a si própio. Isto é o que significa “no presente”. Ele não sente os outros, e os níveis mais altos são os niveis interconectados.
Ele descreve o nível que fala:
Falar tem suas virtudes: 1- Age contra a vontade do Senhorio. 2 – Não está confinado a seus contemporâneos, como o vegetativo, significando sua independência da sociedade. 3 – Ele também sente o outro e, assim, pode preocupar-se com ele e completá-lo ao sentir e sofrer com a coletividade. Também pode alegrar-se no consolo da coletividade e receber do passado e do futuro. Animais, entretanto, sentem apenas o presente e suas próprias vidas.
Em outras palavras:
À medida que ele começa a anular suas propriedades egoístas, ele se vê cada vez mais interconectado com a sociedade por escolha própria. Ele descobre que há uma qualidade mais verdadeira entre ele e o todo. Este é o nível de absoluto amor – quando o homem torna-se igual ao Criador. Pode compartilhar o sofrimento da sociedade, o que significa que ele adquire os desejos dela, seus recipientes vazios. Também compartilha suas alegrias, o que significa que agora ele pode sentir suas necessidades com prazer nele mesmo de maneira que tambem toda a sociedade a sinta. Ao agir desta forma, o homem eleva-se às raízes de sua alma e inclui todas as outras almas. Semelhante a alma coletiva, Adam, ele corrige a todas. Os outros ainda não sentem esta correção, mas aquele que está neste nível corrige a sua propria parte que está em todos os outros. E ao agregar a ele, como a parte corrigida de si mesmo, ele pode atingir sua correção individual e final. Agora ele pode receber tanto do passado como do futuro, ao passo que o nível animado da espiritualidade pode apenas sentir o presente.
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