Determinando a Relação Correta entre a Materialidade e a Espiritualidade
Nós devemos perceber diante de nós dois estados, e olhar para eles de forma prática: eu trato meu amigo como um sócio, na minha obra mundana; ou, por outro lado, como um sócio na minha obra espiritual, no mundo vindouro. Estes são dois níveis diferentes.
No nível material, nós somos animais, somos egoístas, e não temos nada para corrigir; nós só temos que cuidar da necessidade de cada amigo, e exigir dele um fortalecimento na disseminação. Esta é a abordagem correta e benéfica no que diz respeito ao trabalho. As leis do mundo espiritual não se aplicam ao nosso mundo, mas sim "o mundo se comporta de acordo com leis imutáveis" e "o médico tem permissão para curar", etc. E quem se confunde entre os dois mundos se perde em ambos.
Por outro lado, a abordagem é diferente no mundo espiritual - eu considero a alma da pessoa com a qual eu devo me igualar e a trato como a maior da geração, ou, de forma alternativa, como menor do que eu, para que eu possa sempre ajudá-la e dar-lhe força. Mas isso já pertence à conexão entre as almas.
Neste mundo, eu devo cuidar de dois objetivos que são um só: a necessidade do amigo e a disseminação. Considerando que, no mundo espiritual, a minha preocupação com os outros é conectar-me a eles “como um homem em um coração”, em Arvut (garantia mútua), a fim de revelar o Criador dentro de nós.
Esses dois níveis devem ser dividos, isolados, distanciados um do outro. No nível espiritual, eu devo amá-los, juntar-me a eles numa conexão calorosa, e me entregar a eles –tudo que for necessário para me conectar com eles como células de um único organismo, no qual eu revelo a vida, o Criador. No nível material, nós devemos ser práticos, e verificar tudo de acordo com um conjunto de regras, em que todas as coisas que pertencem a este mundo precisam estar incluídas, incluindo a necessidade e a disseminação. Esta é, de fato, a nossa vida.
A pessoa só terá sucesso se ensinar a si mesma a tratar ambos os níveis de forma clara e prática, sem se confundir entre eles. Caso contrário, ela sempre olhará para os outros, os julgará de um nível para outro, e isso irá confundi-la.
Grande, Pequeno e Igual ao Amigo e o Criador
Uma pergunta que recebi: Será que eu posso olhar para o meu amigo de várias maneiras: às vezes como um estudante, às vezes como um professor, e às vezes como alguém igual a mim?
Minha Resposta: Você pode encontrar as três relações em qualquer estado.
- Se eu quiser me unir ao meu amigo, eu devo percebê-lo como uma pessoa muito importante, pois só assim eu tenho um desejo de me unir a ele. É por isso que eu tenho que percebê-lo como uma das maiores e mais importantes pessoas do mundo, o que fará com que eu me conecte ao Criador. Ele deve ser tão importante para mim como o Criador. Se o grupo me dá força, e a oportunidade de alcançar a Meta Superior, eu perceberei seus membros como pessoas importantes, das quais depende o meu destino. Eu estaria disposto a pagar-lhes tudo para que me aceitassem. Eu estarei disposto a me rebaixar para me conectar a eles.
- Entretanto, quando eu penso em tornar o grupo mais forte, eu olho para eles de cima, e penso como posso ajudá-los, inspirá-los. Assim, eu os perceberei como menores do que eu. Eu quero influenciá-los e dar-lhes mais energia.
- Se nós estamos falando de unidade no grupo, então todos são iguais. Depois que eu os valorizo como sendo maiores do que eu, e depois que for maior do que eles, nós nos tornamos iguais e nos unimos uns com os outros. É por isso que somos chamados amigos.
Estas também são as mesmas relações que tenho com o Criador: Ele é maior do que eu, menor do que eu, e igual a mim.
- Ele é maior porque me dá força, e determina todos os meus pensamentos e desejos.
- Ele é menor do que eu porque depende de mim. Eu posso dar a Ele, eu posso fazer com que Ele se sinta bem, e neste aspecto Ele depende de mim. Assim, verifica-se que ele é menor do que eu. Esta dependência é semelhante à forma como os pais dependem de seu filho.
- Ele é igual a mim, porque somente a iguladade pode alcançar a adesão – unindo-me com os demais eu recebo de cada um e doo para cada um.
Portanto, os estados não mudam a atitude da pessoa em relação ao grupo e o Criador. A única coisa que muda é a maneira como a pessoa os percebe: a pessoa pode ser grande, pequena ou igual em relação a um amigo, e no que diz respeito ao Criador. A pessoa deve sempre verificar como pode completar cada uma destas três atitudes, a fim de avançar ainda mais - no sentido de uma maior unidade com os amigos e o Criador.