Como Nós Podemos Gritar De Modo Que Sejamos Ouvidos?
O que nós estamos criando entre nós é a interconexão, a interdependência, a garantia mútua, o amor e a necessidade absoluta de estarmos juntos. Esta é a conexão (ou o "lugar") que devemos criar, de modo que
dentro dela nós revelaremos o Criador que se oculta de nós. Ele falará
conosco deste lugar que nós criamos, "a tenda da revelação".
Sem esse sistema de comunicação entre nós e o Criador, nós só estamos
gritando no espaço vazio. Nós só podemos transformar a imagem que formamos
através de nossa conexão: o Templo do Criador.
Está escrito que o amor pelo Criador só pode ser alcançado através
do amor pelos outros. É por isso que nós estamos construindo um sistema
espiritual de garantia e apoio mútuo entre nós. Sua finalidade é revelar
o Criador .
Portanto, a nossa necessidade primordial é trabalhar na construção
do grupo. A primeira condição para a recepção da Torá, a Luz da Correção,
na base do Monte Sinai (o estado de revelação do ódio mútuo) foi a
impossibilidade, não obstante a vontade, de se unir como um homem com
um coração, e de trabalhar nesta união através do princípio do "faremos
e ouviremos".
Não importa quão pequena seja a nossa vontade em fazer isso; se nós
a tivermos, teremos um ponto em comum - uma "janela" pela
qual podemos nos voltar ao Criador. Este ponto em comum já é Malchut do
Mundo de Atzilut, a Shechiná.
É assim que nós devemos entender a preparação para a recepção da Torá.
Da 1ª parte da Aula Diária de Cabala - 14/09/10, Escritos do Rabach
Entre As Trevas E A Luz
A pessoa precisa da força da Torá para revelar a si mesma
e a realidade em relação ao Criador. Estar perto do Criador
significa ser semelhante a Ele, à qualidade de doação e amor. Essa
qualidade se revela à pessoa através de sua atitude para com o próximo,
ou seja, alguém que esteja perto dela por ter o mesmo objetivo na
vida. Este é o critério correto para a auto-análise e a avaliação
de sua atitude para com o Criador.
O objetivo (proximidade com o Criador, a revelação do Criador, e a
união com Ele) é atingido em duas etapas:
- As qualidades da pessoa se revelam como mal, porque elas não lhe
permitem atingir o objetivo.
- A força de correção, a Luz, é revelada dentro da união entre as
pessoas que aspiram ao objetivo. Assim, a inclinação ao mal, a natureza
do homem, ajuda a pessoa a se unir com o Criador.
No começo os defeitos do egoísmo (Klipot) parecem grandes
obstáculos. No entanto, à medida que avançamos nós descobrimos a capacidade
de transformá-los em bondade. Todos eles se tornam o nosso ponto de
independência (Klipat Noga), que nos permite crescer.
No lado direito nós temos o Criador, e no lado esquerdo a Klipa. Nós
nos formamos como resultado de ambos, criando nossa forma independente
da similaridade em relação ao Criador. Quando a força da Luz e a força
das trevas conectam-se entre si de forma correta, elas dão origem à
forma de Adão, o ser humano em nós. O ser humano em nós é o grau de
nossa equivalência com o Criador.
Tudo é feito pela Luz. Ela revela a força da inclinação ao mal em
nós, bem como a sua própria força, a fim de desenvolver o egoísmo.
Como resultado, nós revelamos a sua única Fonte - o Criador - e a distinção
entre o bem e o mal, ou luz e escuridão, desaparece. Todas as forças
e qualidades formam a imagem da única realidade: a Fonte.
Isso constitui toda a ciência Cabalística: a revelação do Criador
às criaturas, ou melhor, dentro das criaturas.
--Da 1ª parte da Aula Diária de Cabala - 14/09/10, Escritos do Rabach