Uma Descida É Um Trampolim Para A Subida
Todo o nosso trabalho reside em encontrar a atitude certa
para os estados que recebemos. Ao fazermos isso, nós começamos
a nos quebrar, gradualmente, em dois componentes:
1. O meu desejo, no qual eu percebo vários fenômenos, tais como o
bem e o mal;
2. A mente, na qual eu percebo Quem me envia as minhas sensações e
com que finalidade.
Conforme eu sou capaz de analisar meus estados, independentemente
da sensação de "bom ou mau", eu sou capaz de compreender
esses estados e justificá-los, apesar da minha sensação. Eu posso desejá-los
visando revelar a qualidade de doação, o Criador, mesmo que a revelação
de cada novo estado signifique que eu sentirei primeiro o sofrimento,
devido à revelação de um desejo novo e vazio.
A minha atitude em relação a esse desejo vazio pode mudar a minha
sensação do seu vazio. A sensação da meta, a conexão com o Criador,
pode me deixar com ótimo humor, que excederá em muito a minha sensação
de sofrimento.
É por isso que nós temos a oportunidade de nos elevarmos acima das
sensações desagradáveis nas nossas intenções, na nossa sensação de
conexão com o Criador. Nós podemos justificar toda a criação, de tal
modo que exatemente esta diferença nos ajudará a nos elevarmos acima
das sensações desagradáveis e até mesmo provocar a sua revelação, a
fim de nos elevarmos ainda mais acima delas.
Nós não podemos mudar nenhum estado do nosso desenvolvimento, mas
podemos pedir a compreensão do quão bons e dirigidos à meta eles são,
acima do nosso desejo de desfrutar.
É assim que nós podemos acelerar o nosso desenvolvimento e percorrer
os estados de descida, de modo que não sintamos que estamos em descidas,
mas sim uma razão para subir. Tudo depende da nossa atitude em relação
ao que acontece conosco.
Da 1ª parte da Aula Diária de Cabala - 16/09/10, Qual é o Problema do Sofrimento no Trabalho?"
Uma Ponte Maravilhosa Para O Zohar
Nós temos um problema com a percepção do Livro do Zohar,
porque embora o Rashbi o tenha escrito para a nossa época, ele o
fez desde a altura de sua alma e utilizou um estilo antigo, de 2000
anos atrás. Obviamente, este livro não nos convém nesta
forma, porque nós estamos no fim do exílio final, totalmente desvinculados
do mundo espiritual. Portanto, nós não sabemos como abrir este livro
e como usá-lo para trabalhar em nós mesmos.
É por isso que o Baal HaSulam criou uma "escada" (Sulam)
para nós, para que possamos subir ao longo dela até a altura do Livro
do Zohar. Essa escada é construída de modo que existam comentários
para cada trecho do Livro do Zohar. E não importa o quanto
nós entendemos deste livro! A verdade é que nós não compreendemos o
comentário ou o próprio livro. No entanto, o comentário cria uma conexão
entre mim e o texto original do Zohar.
A mesma coisa acontece em todos os níveis. À medida que nós subimos
ao longo dos níveis, nós entramos no Livro do Zohar através
do Comentário Sulam. Sem esse comentário seria impossível
se conectar com O Livro do Zohar.
O Sulam não serve para a compreensão, mas para nós alcançarmos
a união interna. Mesmo que eu não entenda o Comentário Sulam ou O
Livro do Zohar, mas os utilizo e conecto-me à fonte, O Zohar começa
a influenciar-me.
No início, o Sulam é necessário a fim de nos conectar à Luz
que Corrige. Sem ele não teríamos possibilidade de utilizar este meio
maravilhoso.
Conforme leio, eu sou influenciado pela Luz por meio da leitura, do
estudo e do grupo, e a Luz desperta novas qualidades em mim. Estas
novas qualidades permitem que eu realmente estabeleça um contato com O
Livro do Zohar e comece a sentir o que acontece lá, o que está
escrito lá. Só então nós poderemos falar sobre a compreensão do Zohar.
--Da 4ª parte da Aula Diária de Cabala - 16/09/10, Yahrtzeit Baal HaSulam