Geometria Espiritual: Da Pirâmide ao Ponto no Coração
Eu ingresso no grupo e com sua ajuda começo a formar a imagem
do Criador em minha mente. Enquanto isso, eu não quero unir-me
com o grupo, ouvir os amigos, ou aceitar a opinião deles acima da
minha própria mente. No entanto, aos poucos, eu desenvolvo uma compreensão
mais clara e detalhada da noção de "grupo", onde eu devo
permanecer anulando-me. Como resultado dessa oposição, aos poucos
eu percebo o lugar do meu livre arbítrio.
O Baal HaSulam explica que o livre-arbítrio implica escolher o grupo.
No estágio atual, o entendimento geral disso é: ingresse no grupo,
realize-se dentro da união, e tudo ficará bem. Mas, na verdade, todos
os mundos e todos os 125 degraus da ascensão espiritual em direção
à meta estão localizados exatamente entre eu e o grupo. Quando eu me
juntar ao grupo de forma inseparável e irreversível, eu alcançarei
a correção total, o Mundo do Infinito onde estamos unidos em um só
ponto.
Todos os mundos estão estabelecidos ao longo deste caminho e são todos
seus. O nosso trabalho consiste em unir-nos uns com os outros. Na nossa
época, toda a humanidade está, por assim dizer, no limiar, sob a forma
de uma pirâmide. Nós, as almas que estão um pouco mais próximas de
começar este trabalho, somos a parte superior da pirâmide. O resto
da pirâmide é o resto do mundo. A diferença é que nós ao menos estamos
tentando nos unir, enquanto que o resto do mundo nem pensa nisso. No
entanto, o mundo está enfrentando uma enorme pressão através do sofrimento
e da crise global.
Por que ela é global? Porque está sendo mostrado à humanidade que
esta deve se unir, que isso é imperativo em nossa época, e que o nosso
objetivo é a união. Embora este processo seja longo e difícil, ele
foi ativado. Este ponto está sendo esfregado na cara de cada pessoa.
Da 1ª parte da Aula Diária de Cabala - 24/09/10, "Resíduos do Celeiro e Adega"
Como Entrar No Livro do Zohar
O Zohar, Capítulo "VeYechi (E
Jacó Viveu)", parágrafo 376: Sempre que as
bênçãos são necessárias, o Criador, Malchut, deve ser abençoado
em primeiro lugar. E se o Criador não for abençoado em primeiro lugar,
as bênçãos não persistem.
Quando nós lemos os livros sagrados, lemos sobre os estados que atravessaremos
no futuro. No entanto, nós ainda não sentimos desta forma o texto que
os Cabalistas escreveram.
É impossível descrever a espiritualidade de outra forma que não retirando
as palavras do mundo material. Não existem palavras na espiritualidade.
Então, como alguém pode descerevê-la? Como a pessoa pode explicar fenômenos
que não existem no nosso mundo?
É preciso pegar algo similar no nosso mundo e usar essas palavras
para descrever a espiritualidade. De qualquer forma, a pessoa que não
está no mundo espiritual não sabe o que está sendo descrito. Ela simplesmente
lê.
Mesmo assim, se nós lermos a respeito da espiritualidade mesmo sem
a sentirmos, mas desejando aderir-nos àqueles que revelaram a espiritualidade
e escreveram sobre ela em seus livros – o Rabi Shimon e seus alunos,
os autores do Livro do Zohar, e o Baal HaSulam, que acrescentou o seu
comentário ao O Zohar -, se desejarmos nos unir a eles de
modo que sua força e realização nos influenciem, então nós nos desenvolveremos
tão naturalmente quanto as crianças que desejam estar ao lado de um
adulto, de modo a aprender com ele e receber tudo o que podem deste
adulto. É assim que elas crescem.
Portanto, durante a leitura do Livro do Zohar, nós devemos
estar o mais próximo possível dos seus autores. Na espiritualidade,
a proximidade significa que ter a mesma qualidade; ela não é medida
pela distância ou espaço. Na espiritualidade, eu estou próximo de alguém
se eu tiver a mesma qualidade, se sou parecido com ele.
A qualidade dos autores do Zohar é a doação, enquanto que
a nossa qualidade é a recepção. Portanto, como nós podemos nos aproximar
deles? Eu tenho que imaginar que estou junto com meus amigos e anulo-me
perante eles. Então, eu atinjo um estado em que estamos todos juntos
em um desejo de nos unir, tentando aderir-nos aos autores do Livro
do Zohar. É assim que nós nos aproximamos do estado de união que
nos influencia. Nós somos influenciados pelo estado em que estamos
mais conectados uns com os outros, com a doação, e com aqueles que
têm a qualidade de doação - os autores do Zohar e o texto
que eles escreveram.
Isso funciona, mesmo que nós não entendamos o que eles estão nos dizendo;
como bebês, nós desejamos receber dos adultos. Então, toda a força
deles e as realizações que eles colocaram nesses livros nos influênciam
e nós começamos a mudar como um bebê. Este é o nosso trabalho, o qual
ocorre de acordo com as mesmas condições naturais e as mesmas fases
de desenvolvimento, como em nosso mundo. É assim que avançamos.
Portanto, quando nós lemos O Livro do Zohar, não podemos
esquecer a forma de nos unirmos com seus autores. Assim, nós revelaremos
o seu significado interior, entraremos no Livro do Zohar,
e nos tornaremos seus participantes.
--Da 2ª parte da Aula Diária de Cabala - 24/09/10, "O Zohar"