Aulas Diárias de Cabala

 
 

Páginas Diárias - 16-12-09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.

O Esforço Correto no Estudo do Zohar

 

Toda nossa concentração, toda nossa procura é sempre interna. De fato, isso acontece inconscientemente, mesmo quando dizemos, popularmente: “Essa pessoa é distraída, muitas vezes aquele outro é muito extrovertido, mais introvertido, mais compenetrado, e assim por diante”. Isso ocorre porque nós sentimos que é assim que funciona na natureza.

Cada um de nós deve procurar dentro de si um estado interior. Nós nunca seremos capazes de identificar um estado mais exaltado de um estado mais íntimo, que está mais próximo de nós. Eu posso imaginar, fantasiar sobre o Mundo do Infinito, mas, finalmente, eu descobrirei que este é um estado adjacente, levemente mais elevado do que o meu estado atual.

Portanto, toda a força que eu reúno, e todo o meu esforço deveria ser concentrado na descoberta dos vasos (Kli) e dos discernimentos que permanecem, em comparação a cada palavra que está escrita aqui: “cidade”, “torre”, “ascender”, “descender”, “anjos”, “demônios”, “espíritos”, “filhos de Efhraim”, “Ezequiel”, “o Criador que desce para ver o que as pessoas fizeram”.

Essas coisas existem dentro de mim; o Elyon (O Altíssimo) me apresenta esse livro. Ele só fala sobre coisas que são apropriadas para mim, semelhante ao modo como os adultos falam com os bebês, sobre o mundo. Aqui, nós não seremos capazes de ouvir e ver mais do que isso, mesmo que exista muito mais neste livro do que vemos agora.

Podemos dizer que estamos nas mãos de um grande conhecedor em educação, que sabe como apresentar o que é bom para nós e nada mais. Portanto, temos que fazer todo o esforço para localizar dentro de nós o discernimento que existe no texto. Então, ascenderemos nesses discernimentos, os identificaremos, viveremos com eles como um bebê que cresceu num ou dois dias, e, talvez, mesmo dentro de uma semana ou um mês estaremos num nível diferente. Ele já entende, está de alguma maneira familiarizado com as coisas, descobre coisas mais profundas, mais íntimas, que antes ele não via ou não identificava.

É assim que nós somos. Neste texto, nós revelaremos novos discernimentos, novas conexões, porque tudo está relacionado com os Cabalistas. Este é todo o nosso trabalho. Entretanto, esse processo nos levará a descobrir que o mundo inteiro é interno e, portanto, com a influência dos amigos sobre nós, o pensamento comum para se alcançar e revelar essa internalidade também deveria ser descrito. Quando revelamos essa internalidade, nós descobrimos que estamos aí, juntos, que cada um de nós está montando essa imagem. Cada um de nós descobre os demais aí dentro. Em certo ponto, todas as forças, as qualidades e os discernimentos, serão acumulados juntos, e não haverá nenhum choque entre eles. Este é o trabalho. Portanto, não importa o quanto nós entendemos, mas sim que o importante é o esforço.


 

Abordando Corretamente o Livro do Zohar

 

O Livro do Zohar requer que sintamos o calor interno da conexão entre nós. Ele também cria esse calor ao aumentar a percepção dessa conexão, fazendo com que sintamos que realmente pertencemos a uma única fonte. Com isso, nós devemos tentar sentir que pertencemos uns aos outros, pois, de outro modo, é muito difícil nos relacionarmos com o texto. Isto deve ser um sentimento e não um esforço intelectual. Estes sentimentos de conexão precisam ser como uma precondição de onde nos aprofundamos, pois o mundo espiritual está dentro de nós, como foi dito: “Israel, Torah e o Criador são Um, Único e Unificado”.

Nós entramos no texto a partir desse ponto de conexão, e a partir dele identificamos todas as observações internas. Isso também ajuda a atribuir tudo que está no texto a uma força, mesmo que leiamos sobre coisas que pareçam opostas a essa força. Por exemplo, nós lemos sobre pessoas construindo uma cidade e uma torre contra a vontade do Criador.

Nós precisamos entender que o Zohar lida com forças internas, todas governadas por uma só força, como foi dito, “Não existe nada além Dele”; tudo que observamos vem Dele. Essas forças opostas, como dois reinos, agem sobre nós como a revelação e a ocultação do Criador. O Criador faz isso para nos trazer um sentido de maravilha; para nos dar um sentido de excitação em relação às forças opostas, o que é necessário para identificá-Lo como único. Portanto, por um lado queremos identificar todo o sistema dentro de nós, enquanto que por outro queremos ficar de fora, como um juiz, e observar como o Criador opera em nós com essas duas forças; como Ele nos manipula de um jeito ou de outro.

A pessoa pode pensar que essa perspectiva descrita acima a levaria a se sentir desconectada daquilo que ela está lendo, como um observador externo. Mas, com o tempo a pessoa sentirá que está envolvida e que pode observar a “linha esquerda”, a “linha direita” e a “linha media”, e pode assim incluir-se em varias situações. Em outras palavras, a pessoa deveria agir a partir do desejo de ascender ao próximo nível, e para fazer isso ela precisa passar por vários estados conflitantes. Ao mesmo tempo, ela não pode se perder nesses estados conflitantes, mas sim descobrir em cada situação as três linhas associadas com isso. Essa habilidade é adquirida com tempo e experiência.


 
 
 
 
 
 
 
 
 

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