O Sistema Espiritual: Como Ele funciona?
Muitas vezes nós falamos de que como existe um Criador e uma criatura, que deve haver uma conexão entre eles, e que ambos devem chegar a um estado onde eles se encontrem. Mas como isso é possível se a criatura só recebe, ao passo que o Criador só doa? Isso pode ser demonstrado através do exemplo bem conhecido do anfitrião e do convidado. O Criador, o anfitrião, quer dar e, portanto, leva comida e bebidas à criatura, prepara cinco pratos para ela. A criatura não quer receber os pratos, mas finalmente diz: "Eu receberei só com o propósito de doar ao Criador"; assim, ela se aproxima da mesa e prova os pratos. Este é o lugar onde eles se reúnem em doação mútua - o Criador doa prazer à criatura, enquanto a criatura recebe o prazer, a fim de provocar satisfação no Criador.
Como é que esse princípio se manifesta no sistema dos mundos? O local onde as almas existem, é chamado de Mundos de "Beria", "Yetzira", e "Assiya" (Mundos de BYA). Abaixo está este mundo - o lugar que estamos agora. Se percebermos o ponto no coração que desperta em nós, seremos capazes penetrar o estado onde as almas estão, os mundos de BYA.
As almas que existem no mundo da BYA estão quebradas, ou seja, ainda não estão corrigidas. Este é um estado que eu alcanço depois que começo a trabalhar com meu ponto no coração, e descubro que o meu estado está quebrado, que eu não quero me conectar com os amigos, com os outros, que eu odeio todo mundo. E, na verdade, eu também odeio o Criador da mesma forma, só que eu não sei disso, e também não admito isso. Tal estado é chamado de "o reconhecimento do mal".
Mas graças ao trabalho no grupo, com o professor e os livros, eu desperto em mim a importância da meta. Portanto, existem dois extremos em mim - o reconhecimento do mal e a importância da meta; e a partir daí eu começo a gritar, a pedir. Este pedido eleva-se acima do limite denominado "o Parsa", que é a condição de que meu pedido será realmente para doação, para a correção.
E se este for o meu desejo, então não haverá mais o Parsa, não haverá diferença, ou uma parede entre mim e o sistema chamado "Malchut", "Nukva", ou "Knesset Israel", e eu estou incluído nele. Este é o local mais elevado que as almas podem alcançar, e então "Malchut" se conecta com o Partzuf chamado "Zeir Anpin", ou" o Criador ". Ou seja, se Malchut recebe de mim algum tipo de déficit para a correção, ela levanta esse último ao Criador, e de lá recebe a Luz.
Então, esta Luz vem até mim, corrige-me, e me permite entrar novamente nesse sistema na versão corrigida, integrar-me dentro dele, estar em contato com o Criador.
Em outras palavras, na primeira vez o pedido é "dá-me força para doar", e na segunda vez, quando esta força já está em meu poder, depois de eu ter me corrigido, eu já me elevo e existo num nível mais elevado. É sobre isso que O Livro de Zohar fala. Mas a verdade é que não importa o quanto nós sabemos ou compreendemos, mas sim que a coisa mais importante é nos esforçarmos de algo forma em adentrar os estados que ele fala. A entrada para a espiritualidade se assemelha às ações de um bebê na materialidade ─ assim como o bebê não sabe nada, e entra, ouve, e está incluído em tudo de maneira ingênua, nós também devemos nos esforçar durante a leitura para entrar no mundo que O Zohar fala.