Seja seu Próprio Psicólogo
A pessoa deve ser seu próprio psicólogo espiritual; ela deve estar sempre atenta para que lado a sua “balança” está pendendo: para a bondade ou para a maldade. Ela também deve analisar todas as suas qualidades e trabalhar nelas. Ela deve analisar cada uma de suas qualidades para ver o que elas são e de onde pertencem, porque através dessas qualidades ela começará a sentir o Criador.
O Zohar fala a respeito do sistema que controla e governa nossas qualidades. Nesse sistema, o Criador é Aquele que executa todas as ações dentro dessas qualidades. Ele nos convida a conhecê-Lo através de todas essas qualidades, das Suas ações, e de todo esse sistema. Este é o único lugar onde podemos encontrá-Lo.
No Livro do Zohar, Ele está nos contando uma história, através da qual podemos começar a reconhecê-Lo, as qualidades que Ele criou, como Ele conectou umas as outras, e como podemos começar a analisá-las.
Dessa maneira nós entendemos o sistema, sua estrutura e funcionalidade, bem como a força que o opera. É assim que começaremos a conhecer o Criador, visto que esse sistema é o elo de ligação entre nós e Ele.
Esse sistema desaparecerá no Fim da Correção, porque não restará nada para ocultar ou conectar. Haverá uma conexão universal e absoluta.
Face a Face com o Criador
Agora nós estamos trabalhando no desenvolvimento da abordagem correta ao Livro do Zohar. Este é o maior desafio que enfrentamos, porque nós não entendemos esse livro. Nós temos que olhar a narrativa de maneira distinta ao que fazíamos anteriormente. No fim das contas, nós nunca olhamos para dentro de nós, mas sempre para fora. Nós sempre apontamos para algo fora de nós, tentando discernir e descubrir o que isso significa. Mas agora nós temos que realizar uma observação interna e apontar para dentro de nós, o que é algo muito raro de se fazer.
Quando lemos as palavras “Jó”, “Faraó”, e assim por diante, nós imediatamente pensamos em historia, geografia, relacionamentos entre pessoas, e todos os tipos de coisas externas. Mas a Cabala diz: “Não, pelo contrario, vocês devem olhar dentro de vocês e procurar tudo dentro de vocês”. Mesmo assim, nós não entendemos como fazer isso, e onde procurar tudo isso dentro de nós. Seria mais fácil se ao menos experimentássemos algumas sensações internas enquanto lêssemos sobre o “Faraó”, por exemplo. Mas isso não acontece; em vez disso, nós começamos, de repente, a pensar sobre uma pessoa que viveu no Egito há 5.000 anos atrás . Esse é o nosso problema.
Na realidade, essa falsa percepção foi feita de propósito, de modo que enquanto imaginássemos todas essas coisas exteriormente, nós nos forçaríamos e nos esforçaríamos a imaginar isso dentro de nós. Nós vamos do mundo imaginário para o mundo das forças, desejos e qualidades, tentando olhar para dentro com nosso próprio consentimento, e procurar lá pelo Criador. Isso nos ajuda a sair do nosso atual mundo imaginário e a nos concentrarmos em nosso interior, para podermos ver e revelar o Criador.
Então, descobriremos que este mundo não existe, nem o Faraó, Bilam, Balak, Jó, e todas as outras impressões que o Zohar provoca dentro de nós. Nada disso existe; são forças que o Criador desperta em nós para que assim O reconheçamos: a única força existente. Então, todas essas inúmeras forças e qualidades desaparecem e nós permanecemos face à face com o Criador. Entretanto, para chegar lá, nós devemos nos elevar, expandir, e nos desenvolver a um tamanho que envolva tudo, que nos permita entendê-Lo, a sentí-Lo e sermos preenchidos por Ele.
Essa é a unidade entre o Criador e a criação, a qual temos que alcançar através da equivalência de forma. E O Livro do Zohar nos ensina tudo isso.